Introdução: A atenção pré-natal é um conjunto de ações de prevenção e promoção de saúde, que visam um bom desfecho da gestação para mãe e filho. A recomendação mínima são seis consultas de pré-natal, somado a vacinação, realização de testes de diagnóstico laboratorial, oferta de suplementos e tratamento medicamentoso para os problemas diagnosticados. O serviço de pré-natal é um direito de toda mulher garantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no entanto, muitas gestantes não têm acesso aos atendimentos de saúde de qualidade, especialmente as pertencentes a populações tradicionais da Amazônia, como quilombolas, indígenas e ribeirinhas. Desse modo, o presente trabalho tem como objetivo descrever as vulnerabilidades de acesso aos serviços de pré-natal pelas gestantes residentes em comunidades tradicionais na Amazônia. Desenvolvimento do Trabalho: Trata-se de uma revisão da literatura, do tipo descritiva. Realizou-se a busca de artigos incluídos no período de janeiro de 2020 a maio de 2022, nas bases de dados SciELO e LILACS. Dos 30 artigos encontrados, 11 atenderam ao critério de inclusão, que consistia em estudos gratuitos e alinhados ao objetivo da pesquisa. Resultados: Conforme os artigos analisados, evidenciam-se graves deficiências na realização dos serviços da atenção pré-natal, essencialmente pelas desigualdades regionais, barreiras no acesso e a inadequação dos atendimentos à realidade local das populações. Uma vez que na região amazônica há uma demanda de cuidados mais específica no que tange as particularidades locais, tais como estilo de vida, cultura, economia, doenças endêmicas da região e localização de difícil acesso das comunidades. Outrossim, a análise refere que os indicadores sociais e gestacionais dessas populações evidenciam um padrão de reprodução caracterizado por gestação precoce, elevada taxa de fecundidade e perdas gestacionais, os quais devem ser levados em consideração ao estabelecer políticas públicas para sanar as problemáticas encontradas nesta região. Além da fragilizada relação da população com os serviços de saúde locais, na Amazônia existe o predomínio do saber biomédico e da visão hospitalocêntrica, logo, as condições de saúde e o acesso aos serviços de pré-natal são deficitários, pois a assistência ofertada não atende às necessidades da população. Considerações finais: Dessa forma, destaca-se a necessidade de aprimoramento, investimento de recursos materiais e humanos e a criação de programas com equidade em sua prática, que reconheçam as condições e singularidades sociais e culturais das comunidades, para assim assegurar um atendimento de qualidade e reduzir as iniquidades em saúde das mulheres de populações tradicionais da Amazônia.