INTRODUÇÃO: A Violência Sexual Infantil (VSI) representa o segundo maior tipo de violência e é um problema de saúde global. Diante dessa polissemia, os serviços de acolhimento/atendimento são chamados a efetivar o desafio da proteção integral, conforme o ECA, na perspectiva da equidade, fundamento do SUS. OBJETIVOS: Expor o processo de implantação de um Núcleo Especializado no Atendimento de Crianças e Adolescentes Vítimas ou Testemunhas VS (NEVAS) enquanto resultado de atuação intersetorial, multiprofissional e especializado; e refletir o impulsionamento de outros equipamentos serviços/equipes que compreendam o complexo fenômeno. METODOLOGIA: Relato de experiência de equipe participante na implantação do NEVAS, voltado especificamenteatende cuidar das vítimas de violência sexual. Equipe que atendia essa demanda anteriormente no (CAPSij). Das etapas e a organização dos Fluxos de Violência; ambos, desenhados em 2013, por meio de reuniões com atores que compõem o Sistema de Garantia de Direitos da Rede de Proteção dos Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA), originou o Programa Roda de Conversa., o que possibilitou a formulação de dois fluxos - Fluxo da VS. Primeiro: 72h após o conhecimento do fato, as vítimas seriam atendidas no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM). Segundo: conhecimento do fato após até 72 horas, eram atendidas no CAPSij (2013 a 2018). A escuta das demandas aconteciam de forma sensível e livre. Quando apresentava sintomas, agravos e/ou persistentes, permaneciam em atendimento; ausência de gravidade, referenciadas para o território a qual pertenciam. A problemática: crianças/adolescentes referenciadas para os territórios eram invisibilizadas para a Rede de Proteção, sintoma da fragmentação do acompanhamento, evidenciando a precarização dos cuidados. Neste contexto, pensou-se no re(desenho) do Fluxo de VS de atendimentos para as vítimas. O NEVAS como implantação de um serviço/cuidado, com protocolos específicos e equipe especializada; ofertam-se os atendimentos conforme as diretrizes da Escuta Especializada e do Depoimento Especial, enquanto conjunto de procedimentos e métodos para ouvir crianças/adolescentes e a importância do compartilhamento de informações entre os diferentes atores da Rede. No novo Fluxo de VS o atendimento hospitalar é para as vítimas em que a violência ocorreu em até 10 dias e após 10 dias são atendidas pelo NEVAS após o conhecimento do fato. CONCLUSÃO: A implantação de um serviço com metodologia específica e espaço de escuta especializada e humanizada para as vítimas de VS reforça a relevância de atendimentos diferentes, mas complementares, e da constante atualização da equipe multidisciplinar para compreensão deste complexo e dinâmico fenômeno.