Apresentação: A territorialização em saúde é uma estratégia essencial na Atenção Básica em Saúde (ABS), que visa compreender as características e necessidades da comunidade. Ao reconhecer o território, torna-se possível que os profissionais da ABS planejem suas ações de acordo com as demandas da população. O processo de territorialização envolve mapear o território, identificar dispositivos e vulnerabilidades sociais, bem como o estabelecimento de parcerias com a comunidade para promoção da saúde e prestação de cuidados. Esse estudo objetiva apresentar as reverberações nos residentes, do Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica, acerca das reflexões em sala de aula, a partir da descrição de suas produções. Desenvolvimento do trabalho: Partindo do princípio de que o processo de territorialização é fundamental para a organização do Sistema Único de Saúde (SUS) e para o reconhecimento dos determinantes e condicionantes de saúde da população adscrita, torna-se imprescindível que o ponto de partida do modulo, que abordará as políticas de saúde, seja a unidade educacional territorialização em saúde. Em um primeiro momento estimulamos os residentes a se reconhecerem dentro do território onde moram, para o reconhecimento dos dispositivos e locais de afetos presentes no seu território. Em um segundo momento, encorajamos que reunissem em grupos e discutissem sobre os conhecimentos prévios acerca de território e territorialização, atores sociais e dispositivos importantes para formação de uma rede, e posteriormente se expressassem de forma lúdica os saberes trazidos. A partir dessas atividades foram produzidos textos, poemas e desenhos. Em um novo movimento, os residentes foram instigados a se perceberem na posição de gestores, e a turma foi dividida em grupos para discussão de uma situação problema de um território fictício, e em seguida, tinham como tarefa desenhar o território com suas divisões geográficas, considerando os tipos de áreas e o número de pessoas por equipe de saúde da família estabelecido pelas normativas do Ministério da Saúde. Foi interessante observar que mesmo sendo oferecido a mesma situação problema para todos os grupos houve representações diferentes. Durante as atividades, foi possível que os residentes observassem várias formas de olhar para a territorialização. Como finalização da unidade foi pedido que cada um falasse uma palavra que expressasse o seu sentimento em relação ao processo de aprendizagem sobre a territorialização. Resultados: Espera-se que as reflexões realizadas em sala de aula sejam impulsionadoras de um processo constante de busca pelo conhecimento do território e da população adscrita da Unidade Básicas de Saúde em que atuam, e que a territorialização seja percebida com uma potente ferramenta para o planejamento de ações de promoção da saúde com a comunidade. Considerações finais: Evidencia-se a importância de discussões continua sobre o processo de territorialização, destacando suas potencialidades para promover saúde nos territórios da ABS. Esse momento em sala de aula foi de grande relevância para a construção do processo de territorializacão participativo e democrático do território onde os residentes estão inseridos.