No cenário da saúde mental, o Centro de Atenção Psicossocial (CAPSII) é indispensável no acompanhamento clínico e reinserção social de pacientes com transtorno mental grave e persistente, promovendo bem-estar e integração de cuidados para seus usuários. Diante disso, ações de educação em saúde contribuem para fomentar práticas de promoção da saúde e de prevenção de doenças. Assim, fornecer informações sobre prevenção, testagem e tratamento do HIV/AIDS capacita os usuários a tomarem decisões esclarecidas sobre sua saúde sexual, ajudando-os a se tornarem agentes mais ativos e corresponsáveis pelo próprio cuidado. Dessa forma, o objetivo desse relato de experiência é destacar a importância da ação de educação em saúde sobre HIV/AIDS para os usuários do CAPS II. A ação aconteceu no município de Juazeiro/BA durante o período matutino, sendo realizada por estudantes de medicina do terceiro período e fomentada pela disciplina de Integração Ensino e Serviço na Comunidade (IESC III). O embasamento teórico foi fundamentado a partir da Linha de Cuidado do Ministério da Saúde denominada “HIV/AIDS no adulto”. Foram abordados aspectos gerais acerca do HIV/AIDS, contemplando desde o primeiro atendimento na Atenção Primária até o planejamento terapêutico e encaminhamento. Também foi realizada uma discussão desmistificando preconceitos e estigmas que podem interferir no acesso ao tratamento da doença e em seu diagnóstico precoce. O tema foi discutido de maneira dinâmica para incentivar o engajamento dos participantes, informando-os sobre formas de evitar a transmissão e infecção, como também sobre o uso de métodos contraceptivos. Por fim, foi realizada a demonstração do uso adequado de preservativos masculinos, femininos e lubrificantes aos usuários, sendo também feita a distribuição destes e de folders educativos. Ademais, foi apresentado ao público o autoteste de HIV, disponibilizado gratuitamente nas unidades básicas de saúde, podendo ser realizado pela própria pessoa, de modo a promover a autonomia e protagonismo dos usuários, e descentralizar os serviços no SUS. Considerando a participação ativa do público-alvo, constatou-se o grau de acesso dos mesmos a informações referentes ao vírus HIV. De aproximadamente 23 usuários que participaram da roda de conversa, um terço respondeu os questionamentos de maneira assertiva. Também foi constatada escassez de conhecimento acerca de práticas contraceptivas e de prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, principalmente em relação ao sexo oral. Na demonstração da utilização do preservativo, ficou claro o desconhecimento sobre a existência e método de utilização da versão feminina, e com relação à versão masculina, foi perceptível a maior noção dos homens a respeito do seu correto posicionamento. Outrossim, com a distribuição de kits com utensílios de uso pessoal e de autotestes para HIV, foi verificado que grande parte dos usuários não tinha conhecimento que aqueles materiais de uso pessoal não deveriam ser compartilhados, também não tendo esclarecimento sobre a oferta do autoteste e de como realizá-lo. Dessa forma, foi possível lapidar o conhecimento que eles já possuíam e acrescentar-lhes novos. Diante disso, percebe-se a importância de ações de educação em saúde, com fins de prevenção de doenças e promoção do protagonismo e autonomia das pessoas no seu processo de cuidado à saúde.