A educação em saúde mental se configura como estratégia que fomenta a promoção de saúde e a reabilitação psicossocial na clínica de álcool e outras drogas. O presente trabalho tem como objetivo relatar a experiência de pesquisa, em andamento, no Centro de Apoio Psicossocial – Álcool e outras Drogas. (CAPS-AD) III de Vitória da Conquista, Bahia, desenvolvida por docente e discentes da Universidade Federal da Bahia. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, utilizando a cartografia de Deleuze e Guattari como modo de produção de conhecimento, aspirando cartografar a produção de subjetividade nas práticas educativas relacionadas ao álcool e outras drogas, apreendendo afetos e afecções de profissionais e usuários na produção de conhecimento sobre reabilitação psicossocial na clínica de álcool e outras drogas. Para tanto, produz dados a partir de observação participante nos grupos educativos/terapêuticos do serviço, com registro em diários de campo. O projeto foi autorizado pelo Comitê de Ética em Pesquisa local. Os grupos foram acompanhados por 12 semanas, até o momento, com uma quantidade que variou de dois a dez participantes por encontro. Foram acompanhados os seguintes grupos: Oficina de Artes, Talocan, GOS, Brisa, Acolhimento e Motivação. Tais grupos destinam-se a usuários específicos do serviço, variando desde o acolhimento, até grupos voltados à redução de danos. O direcionamento para os grupos se dá a partir de Projetos Terapêuticos Singulares, desenvolvidos por mini equipes formadas por técnicos do CAPS, juntamente com os usuários acolhidos. São referidos pelos usuários dos grupos diversos fatores que perpassam o uso das substâncias, como: abuso sexual, bullying infantil, estresse crônico, rotina exaustiva, frustrações familiares, situação de rua, tédio e ambientes favoráveis ao uso de substâncias. Nos grupos, alguns dos relatos versam sobre o fato de serem muito mais que o estigma associado a usuários de drogas e que têm vivências para além da dependência. Para eles, as drogas têm uma finalidade e são a consequência de várias escolhas durante a vida e que muitas vezes não são compreendidas pelo mundo. Paralelo aos grupos, há atendimentos individuais, que buscam entender essas demandas, sendo fundamental no acolhimento, direcionamento e escuta qualificada desses pacientes. Os grupos coletivos proporcionam o compartilhamento das vivências, proporcionando reflexões e associações a partir das próprias histórias. Por fim, a pluralidade de exposições das dinâmicas, a partir da criatividade e subjetividade , possibilita redução do estresse, da agitação, do tédio, além de aumento da concentração e paciência. Diante disso, a pesquisa tem se aplicado a compreender as vivências dos usuários atreladas ao uso de drogas, bem como as subjetividades que emergem nos grupos educativos e por causa destes. Esse processo colabora para a elaboração de um projeto sólido e bem fundamentado nas impressões dos alunos em campo, contribuindo para a formação acadêmica e permitindo uma experiência singular com os usuários do CAPS-AD, suas múltiplas relações, além de compreender como o aprendizado nos grupos podem contribuir para a reabilitação psicossocial dos participantes.