Apresentação
Sabe-se que, durante a gestação e o puerpério, a mulher torna-se mais propensa a demonstrar alterações de humor, podendo experimentar sentimentos como irritabilidade, ansiedade, tristeza, e melancolia. Este estado de maior fragilidade emocional costuma ocorrer de forma transitória, nos primeiros dias após o parto, estando associado às diversas mudanças hormonais, físicas e sociais que as mulheres vivenciam durante o puerpério. Entretanto, tais sintomas podem se mostrar persistentes, com tristeza constante e anedonia, e ocasionar prejuízo às atividades cotidianas da mulher e a sua relação com o bebê, podendo configurar a depressão pós-parto.
Desenvolvimento do trabalho
Esta ação será implementada no atual período letivo, quando os estudantes do quinto semestre e os monitores da Disciplina irão frequentar o alojamento conjunto semanalmente, com objetivo de aplicar um questionário às gestantes e puérperas, sendo questionadas acerca de profissão, situação conjugal, histórico obstétrico, histórico psiquiátrico, entre outras comorbidades e fatores considerados de risco para depressão pós-parto, como episódios depressivos prévios, falta de suporte familiar, condição de saúde do recém-nascido, entre outros. Além disso, será aplicada a “Escala de Edimburgo de Depressão Pós-Parto”, instrumento validado no Brasil por Santos como método de rastreio para tal condição. A equipe obstétrica será notificada sobre as pacientes que se mostraram em situação de vulnerabilidade, com o intuito proporcionar à paciente maior suporte e avaliação cuidadosa durante o seguimento clínico no puerpério. Após cada entrevista, os estudantes irão propor uma atividade educativa, facilitando a prática de exercícios de respiração para o alívio da ansiedade.
Considerações finais
A introdução de uma prática reconhecida pela literatura internacional como válida na atenção à saúde das gestantes e puérperas poderá ser mutuamente educativa para estas e os estudantes, dando oportunidade para conversar sobre os cuidados à saúde mental.