Apresentação: Diante do aumento progressivo da expectativa de vida e da consequente transição epidemiológica, novos desafios surgem no cuidado integral dos idosos. Para melhor assistir esse grupo, é mister a participação de uma equipe multidisciplinar que promova uma abordagem compartilhada. Entretanto, tal demanda não atingiu o âmbito da educação médica, que segue de uma maneira uniprofissional, não suficiente para o atendimento adequado de pacientes senis. Nesse cenário, alunos de uma faculdade de medicina desenvolveram um projeto de extensão que visa melhoria da qualidade de vida dos moradores idosos de um condomínio social do município de Teresópolis (Rio de Janeiro). Para tal, equipes interprofissionais abordaram, dentre outros temas, a educação sexual dos condôminos senis, com o objetivo de educar essa população em relação as diversas formas de melhoria do bem-estar. Desenvolvimento do Trabalho: Profissionais de diversas áreas foram convidados para encontros espaçados de 6 a 8 semanas, ao total. Dessa forma, o projeto contou com a presença de nutricionista, educador físico, psicólogos, enfermeiro, geriatra, dentista e professora de yoga. Em cada dia, foi realizada a aferição de pressão arterial e glicemia capilar, além da oferta de um café da manhã saudável, questionários sobre o tema em discussão foram preenchidos antes de cada palestra. As dinâmicas foram iniciadas após aval dos representantes do território, da Secretaria de Saúde de Teresópolis e do Comitê de Ética e Pesquisa. O encontro da educação sexual, em especial, contou com a presença de uma enfermeira que realizou uma espécie de “quiz”, em que os participantes levantavam placas de “verdadeiro” ou “falso”. Resultados: A dinâmica contou com a presença de 18 idosos que assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Questões da saúde do homem e da mulher (como a menopausa e seus efeitos) foram abordadas, ressaltando a importância do uso de preservativo e apresentando dados estatísticos da contaminação por infecções sexualmente transmissíveis no município. Além disso, houve um diálogo sobre a estigmatização da vida sexual ativa do idoso, ressaltando como lidar com tais críticas. Em relação a saúde do homem, o uso indiscriminado de drogas estimulantes, como o citrato de sildenafila (Viagra) foi abordado, destacando as consequências mais sérias desse ato (tontura, taquicardia, hipotensão, palpitação, convulsão) e que o acompanhamento médico para tal é essencial. Por último, focando na saúde da mulher, a realização do preventivo e da mamografia entrou em pauta, ressaltando a importância de um diagnostico precoce e as faixas etárias alvo para cada exame. A análise dos questionários pré-palestra revelou que 38,9% desse grupo é sexualmente ativo; destes, apenas 16,7% fazem uso de preservativos. Em relação a realização de preventivo, 27,8% das mulheres responderam que faz todo ano, enquanto 16,7% responderam que não realizam o exame. Considerações Finais: A dinâmica evidenciou a quantidade de estigma que há na sexualidade da terceira idade, sendo esta, resultado tanto da falta de educação sexual voltada para essa faixa etária, quanto pela falta de uma assistência de saúde integral, que abordasse tais temas durante os atendimentos de rotina.