Percepção de fatores de risco de adoecimento em docentes do ensino superior durante a pandemia de Covid-19

  • Author
  • Karina Seibel
  • Co-authors
  • Kátia Carli Farias , Anieli da Costa Copatti , Sedinei Lopes Copatti , Clodoaldo Antônio De Sá , Vanessa da Silva Corralo
  • Abstract
  • Introdução: A pandemia da COVID-19 influenciou diretamente o contexto de vida e trabalho dos docentes universitários. A rápida adaptação para manter o ensino impactaram de diferentes formas na vida e saúde dessa população. O uso de novas ferramentas tecnológicas, atividades remotas, ausência de relações interpessoais e exigências impostas pelas instituições, somadas ao isolamento social potencializaram o risco de adoecimento destes profissionais. Neste sentido, objetivou-se avaliar os fatores de risco para o adoecimento físico e mental em docentes do ensino superior em tempos de pandemia de Covid-19. Metodologia: A pesquisa de abordagem quantitativa, analítica e de corte transversal, foi realizada com os docentes das Instituições de Ensino Superior (IES) da Associação Catarinense das Fundações Educacionais (ACAFE), de diferentes áreas de conhecimento e que atuavam nas IES há no mínimo três meses. A pesquisa foi realizada em ambiente virtual, utilizando um questionário semi-estruturado, via Survey, no período de novembro a dezembro de 2021 e março a junho de 2022. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Universidade Comunitária da Região de Chapecó, sob parecer número 5.052.182. Resultados e Discussão: Participaram da pesquisa 268 docentes, sendo que a maioria era do sexo feminino (60,1%), residiam com cônjuge (76,5%) e possuíam de um a quatro filhos (64,5%). A maioria dos docentes atuava na área das Ciências da Saúde (39,2%), seguida das Ciências Sociais e Aplicadas (23,5%) e das Ciências Humanas (13,1%). A amostra, em sua maioria, foi composta por docentes atuantes há mais de 10 anos no ofício da docência universitária (60,8%) e com carga horária de 31 a 40h/aula (60,8%). Em relação aos fatores de risco prejudiciais à saúde física e mental durante a pandemia foram citados: excesso de trabalho (69,4%), mudanças na rotina de trabalho (63,8%), distanciamento social (61,9%), mudanças na rotina de vida diária (59,7%), maior tempo exposto a mídias e internet (59,7%), diminuição da prática de atividade física (42,9%), sedentarismo (41,4%), alterações no convívio familiar (39,6%), medo (34,3%), instabilidade financeira (28,7%) e solidão (13,1%). Os docentes relataram a presença de diversos sintomas, incluindo alterações na qualidade do sono (63,8%), dores articulares ou musculares (61,2%), enxaquecas e dores de cabeça (56,3%), além de quadros de estresse, ansiedade e depressão (75,0%). O sexo feminino esteve significativamente associado a maior percepção da exposição a fatores de risco durante a pandemia para além da contaminação com a COVID-19. Conclusão: Os resultados fortalecem a necessidade de reflexão sobre a saúde dos docentes, ao direcionamento de investimentos e medidas de proteção à saúde desta população.

  • Keywords
  • Fatores de risco, Vulnerabilidades em saúde, Covid-19, Docentes.
  • Subject Area
  • EIXO 3 – Gestão
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