Introdução: A pandemia da covid-19 trouxe consigo um desafio sem precedentes para os docentes universitários, impactando não apenas seu contexto de trabalho, mas também suas vidas pessoais e saúde. A rápida adaptação exigida para manter a continuidade do ensino levou a uma série de mudanças, desde a implementação de novas tecnologias até a ausência de interações interpessoais significativas, o que aumentou a procura por assistência de saúde, em especial, pelas Práticas Integrativas Complementares (PIC’s) que são direcionadas ao cuidado integral do indivíduo, centradas em uma visão holística do ser humano. Neste sentido, objetivou-se avaliar o conhecimento e uso das PIC’s por docentes durante a pandemia da covid-19. Metodologia: A pesquisa de abordagem quantitativa, analítica e de corte transversal, foi realizada com os docentes das Instituições de Ensino Superior (IES) da Associação Catarinense das Fundações Educacionais (ACAFE), de diferentes áreas de conhecimento e que atuavam nas IES há no mínimo três meses. A pesquisa foi realizada em ambiente virtual, utilizando um questionário semi-estruturado, via Survey, no período de novembro a dezembro de 2021 e março a junho de 2022. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Universidade Comunitária da Região de Chapecó, sob parecer número 5.052.182. Resultados e Discussão: Participaram da pesquisa 268 docentes, a maioria do sexo feminino (60,1%), de cor branca (96,3%), com idade entre 40 e 59 anos (55,6%), média de idade de 43,9 ± 10,0 anos. A maioria dos participantes (57,5%) conheciam as PIC’s e em relação ao seu uso, 56,0% assinalaram não terem feito durante a pandemia. Dentre os docentes que utilizaram as PIC’s durante a pandemia, 32,5% sinalizaram ter utilizado apenas uma (16,8%) ou até três terapias combinadas (15,7%). Por outro lado, 81,3% dos docentes relataram não conhecer de uma a 15 das terapias apresentadas, e somente 3,7% dos docentes entrevistados conheciam todas as 29 terapias disponíveis pelo Sistema Único de Saúde. Os docentes relataram que conheceram as PIC’s por meio da indicação de amigos (28,7%) e internet (10,1%), e apenas 5,6% afirmaram ter sido por indicação médica e 1,9% por meio da Unidade de Saúde. As PIC’s mais utilizadas pelos docentes durante a pandemia foram meditação (20,2%), aromaterapia e reiki (12,7%) e fitoterapia/plantas medicinais (11,2%), entretanto, 10,1% dos docentes sinalizaram ter utilizado alguma das práticas citadas, mas não sabiam que eram consideradas PIC’s. As terapias foram utilizadas para o bem-estar mental (37,7%), bem-estar físico (31,3%), para sintomas da covid-19 (4,10%) e para tratar doenças crônicas (5,60%). Conclusão: Os resultados revelam um interesse significativo nas PIC’s, com uma proporção considerável relatando ter utilizado essas práticas durante a pandemia. No entanto, também fica evidente que há lacunas no conhecimento, com muitos docentes desconhecendo várias delas ou confundindo algumas com outras formas de cuidado, evidenciando a necessidade de estratégias de divulgação.
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