Introdução: A carga horária e a vivência em campo prático sobre as competências gerenciais durante a graduação em saúde é baixa, quando analisada na vivência da gestão de coordenação de programas e níveis assistenciais é mais frágil ainda. A partir desta ótica a ampliação dos espaços de formação em ambientes de gestão, por meio de projetos de extensão, se faz imprescindível. Objetivo: Relatar aspectos vivenciados e a contribuição do espaço formativo durante o estágio não obrigatório na área de gestão em saúde. Método: Trata-se de um relato de experiência descritivo de abordagem qualitativa, por meio da participação no programa de extensão Escritório de Qualidade para Organizações em Saúde (EsQualOS) com campo de extensão na Secretaria Municipal de Saúde de Tangará da Serra, Mato Grosso, Brasil. O período de análise compreendeu nove meses de atuação no gabinete do secretário adjunto de saúde. A carga horária semanal foi de oito horas. Os dados foram extraídos dos relatórios dos projetos, planos de trabalho e da vivência dos atores. A apresentação dos resultados foi organizada em duas categorias: A experiência no aprender fazendo gestão e Ações desenvolvidas no espaço da gestão. Resultados: Ao estudante possibilitou conhecer temáticas que não são contempladas em profundidade na graduação, especificamente em relação às plataformas de Gestão como SISREG, INVEST SUS, SISAB, TRANSFERE GOV, DIGISUS, E- GESTOR e a interface com os instrumentos de gestão do SUS. A análise das bases de dados das plataformas de gestão e a experiência dialógica construída entre os supervisores do projeto proporcionou o amadurecimento, despertou autonomia para argumentar, além de presenciar a tomada de decisão de um gestor municipal. Em específico, sobre as habilidades desenvolvidas destaca-se a análise para reconhecer a captação de recursos por meio do novo Plano de Aceleração de Crescimento (PAC). A experiência fortaleceu o conhecimento prático e experiência real com os desafios diários da gestão de um sistema de saúde local. A participação nas reuniões do Conselho Municipal de Saúde, na Comissão de Intergestores Bipartite e na Comissão Intergestor Regional enriqueceram a experiência tornando possível observar os aspectos de pactuação existentes e as relações de negociação para efetivação da rede de saúde na região. Foi possível participar de capacitações ao gestor e discussões para implantação de projetos intersetoriais (Educação e Esporte), além dos processos para implantação de novas unidades de saúde, embasado em aspectos econômicos, logísticos e demográficos. Conclusão: Considera-se que a experiência foi positiva, pois aproximou o estudante da realidade e abriu no campo formativo uma possibilidade de investimento para atuação no futuro exercício profissional. A integração ensino-gestão por meio da extensão potencializa as relação da formação em saúde, sendo registrado como aspecto limitador a carga horária de apenas uma vez por semana o que fragmenta o acompanhamento de alguns processos.
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