Apresentação: Este trabalho trata-se de uma revisão integrativa de literatura, cujo tema aborda os desafios para um cuidado interprofissional na Atenção Primária à Saúde. Objetivo: Conhecer, de forma integrativa, os desafios para um cuidado interprofissional na Atenção Primária à Saúde. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura de artigos buscados nas bases de dados SciELO e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando os descritores “Atenção Primária à Saúde” AND “Relações Interprofissionais” AND "Assistência ao Paciente". Foram incluídas literaturas publicadas nos últimos cinco anos e foram excluídos os artigos que fugiam ao tema principal. Resultados: A Atenção Primária à Saúde (APS) possui como um dos seus princípios a integralidade do cuidado, que é marcada pela ampliação do escopo de atenção em saúde a um cuidado que contemple as diversas necessidades do paciente em seu contexto de vida. Nesse sentido, a atenção interprofissional mostra-se como estratégia essencial para o alcance da visão holística do indivíduo, baseada na lógica do cuidado compartilhado, da integração profissional e colaboração nas tomadas de decisões e tratamento. Entretanto, na prática, é possível observar entraves para o funcionamento adequado dessas estratégias, levando a um prejuízo para o próprio usuário do sistema. A dificuldade de comunicação entre os profissionais leva à fragmentação da análise de necessidades dos pacientes e a não implementação do cuidado integral e integrado, considerando o conceito ampliado de saúde. Essa questão pode ter origem na grande demanda de atendimentos da APS, que impossibilita o diálogo entre a equipe; a divergência de agenda entre diferentes profissionais nos serviços e ineficácia das reuniões periódicas para discussão dos casos presentes na unidade. O serviço centralizado na atuação médica também contribui para essa redução de atividades, levando a uma atuação individual e sem envolvimento das demais áreas. Não obstante ainda há fragilidade no desenvolvimento de conhecimento, habilidades e atitudes interprofissionais na formação dos profissionais da saúde. Considerações finais: O cuidado baseado num modelo interprofissional é importante para uma transformação da saúde individual, que foque no indivíduo como um todo e que não seja exclusivo a um tratamento bioclínico. Ainda existem, entretanto, entraves que dificultam essa abordagem de uma forma assertiva e efetiva. Logo, mostra-se de fundamental importância uma transformação nas políticas públicas da Atenção Primária à Saúde e da formação profissional para um processo de trabalho interprofissional e centrado no usuário. Ademais, entende-se a relevância da mudança da mentalidade dos próprios profissionais visando uma melhor comunicação entre si.
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