CONHECIMENTO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE SOBRE A SEXUALIDADE DA PESSOA IDOSA: APLICAÇÃO DE UMA ESCALA EM UMA AMOSTRA NACIONAL E A FORMAÇÃO EM SAÚDE.

  • Author
  • JOÃO VITOR RODRIGUES OLIVEIRA SOARES
  • Co-authors
  • ANELISE TEIXEIRA BURMEISTER , KELLY DIAS HOFFMANN , DANIELA RIVA KNAUTH , FABIANA SCHNEIDER PIRES , LEANDRO RAIZER , DANIEL UMPIERRE , MAYARA CASSIMIRA DE SOUZA , LUCIANA BARCELLOS TEIXEIRA
  • Abstract
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    Apresentação: O envelhecimento populacional e o aumento da longevidade mudaram as perspectivas do cenário de saúde. Segundo o IBGE, o número de idosos na pirâmide etária populacional aumentou quase 30% entre 2012 e 2022. Frente a essa realidade, é importante que os profissionais de saúde estejam preparados para abordar o envelhecimento ativo e a sexualidade da pessoa idosa. O objetivo do trabalho foi avaliar os conhecimentos e as atitudes dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) no que tange às questões de sexualidade da pessoa idosa, trazendo reflexões sobre os processos de trabalho nas comunidades.

     Desenvolvimento: Trata-se de estudo epidemiológico descritivo, aninhado em uma pesquisa de maior amplitude no curso nacional do Programa Saúde com Agente. A coleta de dados foi aplicada através da Escala ASKAS (Aging Sexual Attitudes and Knowledge Scale), a qual é traduzida e adaptada para a cultura brasileira. O instrumento foi desenvolvido pela plataforma Survey Monkey na UFRGS. Os ACS receberam o link por e-mail, com informações da pesquisa, termo de consentimento e o questionário. Na primeira rodada de aplicação da Escala ASKAS, houve 1.000 ACS que responderam em todo o país e constituem a amostra deste estudo. A ênfase deste resumo é sobre o componente de conhecimentos da escala, que contempla 20 questões, cada uma com uma pontuação específica. Nos resultados apresenta-se o escore global de conhecimentos calculado por média e desvio-padrão, e destacam-se dados em percentuais das questões consideradas mais relevantes. A análise foi conduzida no software Jamovi versão 2.3.28 (The Jamovi Project, Sydney, Austrália). 

     Resultados: A amostra foi composta por Agentes majoritariamente do sexo feminino (84%) e na faixa etária de 31 a 59 anos (67%). A média para o escore sobre Conhecimento, que pode variar de 20 a 60, teve um valor intermediário (30,2±6,8). Verificou-se que 19% (149/787) não acreditam que a sexualidade se faz presente durante a vida toda; 7% (55/835) não acreditam que a sexualidade traga benefícios físicos à saúde da pessoa idosa; 17% (144/836) dos agentes de saúde acreditam que a masturbação em excesso em idosos pode causar confusão mental e demência; e 39% (322/836) acreditam que a perda de satisfação sexual para mulheres seja inevitável após a menopausa.

     

    Considerações Finais: Os resultados deste estudo destacam uma lacuna significativa no conhecimento dos ACS sobre a sexualidade de idosos. Com base na Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, os dados apresentados indicam que as formações em saúde devem abarcar as questões de sexualidade da pessoa idosa. Especialmente para a atuação de ACS, os quais aproximam a comunidade ao serviço de saúde, o trabalho na a promoção da saúde sob a perspectiva do envelhecimento ativo, abordando a importância dos aspectos da sexualidade e da saúde sexual, contribui para avançarmos na integralidade de cuidados da pessoa idosa.

  • Keywords
  • Agentes Comunitários de saúde, Saúde do idoso, Sexualidade.
  • Subject Area
  • EIXO 2 – Trabalho
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