AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA MALÁRIA DO DSEI ALTO RIO SOLIMÕES, AMAZONAS NO ANO DE 2023.

  • Author
  • Nilzoney Ferreira de Souza
  • Co-authors
  • Cristiane Ferreira da Silva , Janayla Bruna Oliveira de Aguiar
  • Abstract
  •  

    Texto:

    Introdução: O Distrito Sanitário Especial Indígena Alto Rio Solimões (DSEI ARS) está localizado em uma região fronteiriça com a Colômbia e o Peru situado no extremo sudoeste do Amazonas, abrangendo 07 municípios (Tabatinga, Benjamin Constant, São Paulo de Olivença, Amaturá, Santo Antônio do Iça, Tonantins e Japurá), com extensão territorial de 241.217,8 km2, de acesso 95% fluvial. Apresenta uma população atual de 73.386 indígenas de 07 etnias (Ticuna, Kokama, Kambeba, Kanamari, Kaixana, Witoto, Maku Yhup), residentes em 241 aldeias, devidamente cadastrados no Sistema de Informação da Saúde Indígena (SIASI). A assistência à saúde está organizada em 29 unidades de saúde, com 59 equipes multidisciplinares de saúde indígena (EMSI), estrategicamente localizadas em áreas onde facilita o deslocamento da população para atendimento.  Dentre os programas implementados no DSEI ARS temos o Programa de Malária tem como objetivo reduzir a morbimortalidade da doença e a gravidade dos casos, estimulando a interrupção da transmissão através das ações pontuais de controle vetorial bem como busca ativa de sintomáticos e assintomáticos, a fim de controlar, eliminar e posteriormente mantê-la eliminada em todas as localidades de abrangência do DSEI ARS. As EMSI por sua vez realizam educação em saúde nas aldeias durante os atendimentos, a fim de sensibilizar a população sobre quando procurar o serviço de saúde, quais os sinais e sintomas causados pela Malária e quais as principais consequências do não tratamento em tempo oportuno. O DSEI ARS conta com 01 responsável técnico em endemias na sede do DSEI que realiza matriciamento, planejamento, monitoramento, avaliação de estratégias, realiza de capacitações para as EMSI, elabora documentos técnicos/projetos, solicita aquisição de materiais/equipamentos/insumos desenvolvimento ações de articulação intersetorial. Conta também com uma equipe de endemias é composta por treze agentes de endemias, que desenvolvem ações em todo o DSEI, realizando Termonebulização, Borrifação Intradomiciliar Residual, Busca Ativa de Sintomáticos e Educações em saúde, e 01 microscopista em cada unidade de saúde.  Desenvolvimento: O objetivo desse trabalho é apresentar dados epidemiológicos da malária do DSEI ARS no ano de 2023, a redução do número de casos autóctones de malária nas áreas indígenas com relação ao de 2022. Demonstrar a oferta em tempo oportuno do diagnóstico e tratamento da Malária, o fortalecimento da vigilância do óbito com menção de malária investigados, avaliar a gestão da informação no SIVEP MALÁRIA, bem como avaliar no SIASI.  O DSEI ARS realizar programação anual conforme estabelecido na Nota Técnica nº 3/2019 DIASI/CGAPSI/DASI/SESAI/MS. Os profissionais de Endemias atuam nas áreas onde apresentam índices da morbidade, obedecendo uma programação anual de ação de controle vetorial mediante Borrifação Intradomiciliar Residual (BRI), essa programação obedece intervalos de 04 meses entre elas, pois esse período, corresponde a duração da impregnação do inseticida na superfície das paredes das casas borrifadas. Outra ação de controle realizada pela equipe é a distribuição e instalação de Mosquiteiros Impregnados de Longa Duração (Milds) que proporcionam uma barreira de segurança contra a picada do mosquito durante o período de sono da população. Cada unidade de saúde do DSEI possui um profissional microscopista que realiza a leitura das lâminas coletadas nas áreas durante as buscas ativas dos casos, assim pode-se realizar um diagnóstico preciso e em tempo oportuno, garantindo o tratamento e o acompanhamento desse paciente durante todo o período da utilização da medicação. Resultados: Em 2023 nos Polos base do DSEI-ARS houve o diagnóstico de 174 casos de malária autóctone conforme registro no SIVEP MALÁRIA 2023. Os Polos base mantem redução em relação aos índices do mesmo período do ano anterior 469 casos registrados por local de otificação. Nesse período destacamos os Polos de: São Paulo de Olivença sede, Belém do Solimões e UBSI Nova Esperança, como os 03 maiores números de registro de casos nesse período, apresentaram juntos um total de 157 casos autóctones, representando 90,22% dos casos de Malária do nosso DSEI. Os Polos Base de Filadélfia, Feijoal, São Francisco do Canimari e são Sebastião não registraram nenhum caso autóctone nesse período, demonstrando que a continuidade das ações e envolvimento de todos é essencial para um bom resultado, apesar de suas logística e geografias serem um fator importante de dificuldade, as equipes vem realizando as ações de controle de forma eficaz, priorizando todas as aldeias com uma importante participação de toda a EMSI. A distribuição por espécie parasitária relacionada no ano de 2023, a espécie parasitária que mais foi notificada no período foi o Plasmódio vivax com 100% dos casos autóctone em todos os Polos base que apresentaram casos, por ser a espécie mais comum na nossa região, sendo registrado 174 casos segundo as informações registradas no Sivep Malária, não foram registrados casos de malária Falciparum e nem mista. Considerações Finais: A situação epidemiológica de malária apresentada pelo DSEI Alto Rio Solimões no ano de 2023, de acordo com a Incidência parasitaria anual, referência 2023 – IPA, o DSEI Alto Rio Solimões atingiu o a IPA de (2,37) o que nos classifica como REGIÃO DE BAIXO RISCO para malária. As parcerias com os municípios nas ações de controle vetorial também contribuem para a manutenção nas ações e redução da malária em áreas indígenas, porém esse ano não foi possível realizar as pactuações, contudo todos estão engajados no controle da malária em nossa região. Os polos base estão mantendo a intensificação das buscas ativa nas localidades onde estão sendo detectados casos positivos seja ele autóctone ou importado, com monitoramento de forma observada e pontual dos casos diagnosticados, garantindo todo o acompanhamento na terapêutica. Por isso, a importância dessa vigilância, possibilita cortar a cadeia de transmissão o mais precoce possível, garantindo o tratamento de no mínimo 70 % dos casos de malária em menos de 48 horas (Meta alcançada) e garantir mínimo de 80 % na cobertura da borrifação residual nas localidades prioritárias no caso da equipe de endemias do DSEI o que vem sendo realizado de forma oportuna bem como os registros dos casos nos sistemas de Informações por nós trabalhados (SIASI e SIVEP) em tempo hábil. Desta forma, esta área técnica do Programa de Prevenção e Combate as Endemias vem fomentando e buscando prestar apoio e suporte aos polos base para o cumprimento das metas, para obter resultados positivos, cujo maior impacto é na saúde, bem estar e qualidade de vida da população indígena atendidas por este DSEI.

     

  • Keywords
  • DSEI, malária, EMSI
  • Subject Area
  • EIXO 5 – Saúde, Cultura e Arte
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