Apresentação: A mulher que tem uma perda gestacional/neonatal utiliza como estratégia defensiva frente a essa condição paradoxal de ser mãe e de não ser mãe a de recorrer a uma nova gravidez, muitas vezes num curto espaço de tempo, com a esperança de que o processo de luto seja finalizado com um novo bebê. Assim, objetiva-se realizar consultas de enfermagem a uma gestante que teve uma perda gestacional. Desenvolvimento: trata-se de um relato de caso, realizado com uma gestante, na clínica escola de uma faculdade particular na cidade de Dourados – Mato Grosso do Sul, na disciplina de enfermagem na saúde da mulher, no mês de março de 2024. A participante leu, discutiu e assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Resultados: N.D tem 22 anos, é casada há três anos, trabalha com vendas de plano de saúde. A mesma nos relatou durante a consulta que teve uma perda gestacional logo após descobrir que estava grávida, por volta de quatro semanas de gestação. A mesma relatou que não tinha a intenção de engravidar que até fez uso de pílula contraceptiva de emergência. Ela era tabagista, hipertensa, fazia uso de álcool socialmente e estava com uma infecção do trato urinário (ITU). A equipe relacionou o aborto a ITU e a alterações hormonais. A mesma sempre fez atividade física e com relação ao peso é considerada eutrófica. Mas, após a perda a mesma quis engravidar novamente. Mudou os hábitos de vida e iniciou o uso do ácido fólico. Após sete meses engravidou novamente. A data prevista do parto do bebê arco-íris será 04 de junho de 2024. A gestação tem sido tranquila, mas no último ultrassom a bebê apresentou restrição de crescimento. Considerações finais: este estudo possibilitou ao estudante o entendimento de que as intervenções de enfermagem durante o pré-natal precisam estar pautadas na compreensão da individualidade de cada gestante e que o processo de elaboração da perda é muito singular, sendo importante que o cuidado ofertado à mulher e sua família deem conta de reconhecer as gestantes em suas diferentes nuances, além da importância do vínculo entre o profissional e o paciente para que a gestante consiga narrar a sua história.