Introdução: O consumo de substâncias psicoativas (SPA) é uma problemática resultante de diversos fenômenos. Nesse sentido, buscar sua compreensão requer uma visão holística e abrangente dos diversos aspectos que perpassam tal questão. Os determinantes sociais (DSS) vivenciados pelos indivíduos no contexto da globalização exercem papel importante nessa realidade, influenciando no prognóstico dos usuários ao contribuir para a gravidade da dependência, envolvimento em atividades criminosas e consequentes prejuízos sociais. Visando melhorar a qualidade do cuidado, surge como política e modelo de assistência a Redução de Danos (RD), trazendo diversas estratégias de intervenção que se orientam pela realidade e vulnerabilidade do sujeito, oferecendo, assim, uma opção de cuidado que tem o potencial de ofertar um suporte psicossocial e assistência integral ao seu público alvo, reconhecendo o papel desses fatores na saúde mental e no uso de drogas. Objetivo: Identificar a viabilidade da implementação de estratégias de RD adaptadas aos DSS de usuários de drogas no âmbito do Sistema Único de Saúde. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura na base de dados EbscoHost, abrangendo artigos disponíveis integralmente online nos idiomas português e inglês, recuperados em resposta às palavras-chave “redução de danos”, “determinantes sociais” e “saúde mental”, com auxílio do operador booleano AND. Como resultados, foram alcançados cinco artigos, dentre os quais três foram selecionados para compor o presente trabalho. Resultados: A abordagem da RD revela-se um componente essencial no cuidado dos usuários de SPA, sendo concebida como uma estratégia construída junto ao indivíduo, e não para ele. Como princípio pela Reforma Psiquiátrica, para a RD, o sujeito, suas necessidades, seu contexto cultural e comunitário, seu território, seus desejos e dificuldades são elementos centrais e decisivos para construção do cuidado. Nesse sentido, o cuidado continuado, com ênfase em abordagens comunitárias, mostra-se providencial para contemplar as diversas necessidades dos usuários. Assim, urge a flexibilização nas linhas de cuidado e o fortalecimento dos vínculos entre os serviços de saúde que compõem a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), visando um cuidado que, através da colaboração e do compartilhamento de saberes e potenciais, torna-se mais efetivo. Vale considerar eixos relacionados ao sofrimento, adoecimento, promoção da saúde e cuidado como aspectos fundamentais no cuidado em saúde mental, além de destacar a importância em orientar as políticas públicas e práticas de saúde mais eficazes e contextualmente relevantes. Conclusão: Enquanto a prática da RD possa ser balizada por elementos procedimentais e instrumentais, sua viabilidade é alcançada quando utilizada de acordo com o contexto situacional do usuário atendido. Assim, um cuidado continuado, considerando promoção de saúde, prevenção, tratamento e reinserção social, só pode ser alcançado por meio da elaboração de itinerários terapêuticos alinhados às necessidades individuais e passíveis de alteração, a fim de maximizar sua possibilidade de implementação. Diante da complexidade do cenário atual, a integração de tais abordagens emerge como um imperativo para o avanço efetivo na promoção do bem-estar e na redução dos danos associados ao uso de SPA, reiterando-se a necessidade de um compromisso contínuo com a inovação e a colaboração interdisciplinar no campo da saúde mental.