Vacinação em menores de um ano no Paraná: impacto da pandemia da COVID-19

  • Author
  • Laís Paz Kalatai
  • Co-authors
  • Juliana Taís Ruppel , Soraya Abegail de Lima , Eliseu Alves Waldman , Mariele Khaterine Jungles , Erildo Vicente Muller , Pollyanna Kassia de Oliveira Borges
  • Abstract
  • Apresentação: O uso generalizado de vacinas foi um dos avanços médicos mais importantes do último século. No entanto, na medida em que a cobertura vacinal era elevada e a incidência de doenças infecciosas reduzida, a percepção da população sobre o impacto das infecções diminuía. Parte da população passou a achar a vacinação desnecessária e os níveis de imunização caíram. Essa queda, iniciada nos anos 2000, foi intensificada durante o período pandêmico. Isso ocorreu pela drástica redução das visitas às unidades de saúde, devido ao medo da exposição ao SARS-CoV-2. Este estudo objetivou avaliar a influência da pandemia de COVID-19 nos percentuais de vacinação para menores de 1 ano no Paraná. Desenvolvimento:  Foi realizado um estudo epidemiológico do tipo ecológico com dados de imunização do Paraná. Houve coleta de dados retrospectivos dos registros do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) referentes ao período de 2015-2023. Foi considerada a cobertura vacinal de 8 das imunizações indicadas para crianças de até 12 meses de idade: BCG, Hepatite B, Pneumo 10, Penta, Febre Amarela, Meningo C, Rotavírus, Polio Injetável (VIP). Resultados: Todas as imunizações, exceto Hepatite B, atingiram a meta de cobertura no ano de 2015 – BCG com 105,66 (>90%); Hepatite B com 90,97 (>95%); Pneumo 10 com 101,2 (>95%); Febre Amarela com 101,2 (>95%); Rotavírus com 99,7 (>90%); Meningo C com 102,8 (>95%); Penta com 101,3 (>95%); VIP com 97,4 (>95%). Já no ano de 2019, apenas BCG e Rotavírus atingiram a meta – BCG com 91,2 (>90%) e Rotavírus com 90,8 (>90%). As imunizações restantes ficaram com uma média de 8,7% abaixo da meta de 95%. Nos anos de 2020 e 2021, a queda foi ainda mais acentuada: BCG com 82,2; Hepatite B com 61,3; Pneumo 10 com 84,3; Febre Amarela com 84,3; Rotavírus com 82; Meningo C com 82,5; Penta com 81,7; VIP com 80,7. Nos anos de 2022 e 2023, os índices voltam a subir, atingindo, em 2023, valores como: 89,8 para BCG; 90,4 para Hepatite B; 91,5 para Pneumo 10; 91,54 para Febre Amarela; 90,3 para Rotavírus; 88,8 para Meningo C; 89,2 para Penta e 89,6 para VIP. Considerações finais: As taxas de cobertura vacinal em menores de um ano, no Paraná, estavam em queda antes da pandemia, mas, foram intensificadas durante esse período, chegando a valores 15% menores que a meta de cobertura vacinal nacional. Nos anos de 2022 e 2023, houve um discreto crescimento, com índices próximos aos de 2019, porém ainda aquém das metas nacionais e internacionais. As emergências em saúde pública  impactam as coberturas vacinais, junto às experiências da sociedade, cultura, crenças e políticas públicas. A retomada das metas para a vacinação é dificultosa, mas o Sistema Único de Saúde tem se recuperado no Estado do Paraná.

     

  • Keywords
  • Vacinação da Criança, Pandemia por COVID-19, Vigilância em Saúde Pública
  • Subject Area
  • EIXO 2 – Trabalho
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