APRESENTAÇÃO: O bullying corresponde a uma série de violências físicas e/ou verbais, com a intenção de causar desconforto e ridicularizar os indivíduos. O ato pode acontecer em vários locais, mas é na escola que esse problema ganhou dimensão, tendo em vista as numerosas diversidades sociais que imperam nesse ambiente. Essa violência coloca o adolescente em um panorama inquietante que fomenta em danos ao período puberal, levando-o a episódios de ansiedade, pânico, medo, repulsa e autoagressão. Durante a pandemia formaram-se diferentes nuances e os fechamentos das escolas podem ter interferido no crescimento da violência após a reabertura das instituições de ensino. OBJETIVO: Estimar a prevalência da vitimização por bullying entre adolescentes de 15 a 19 anos do município de Barreiras-Bahia, no cenário pós-pandemia da COVID-19. DESENVOLVIMENTO: Trata-se de um estudo de corte transversal derivado do projeto “Vigilância em saúde de adolescentes de um município do interior da Bahia: cenário pós-pandemia de COVID-19 (VIGIADOLEC-BA)”. A população alvo da pesquisa são adolescentes que têm entre 15 e 19 anos de idade , matriculados na rede pública de ensino médio na cidade de Barreiras-BA. No processo de amostragem, realizou-se o sorteio das escolas, com base na proporção de estudantes. A vitimização por bullying foi avaliado por meio do Olweus Bully/Victim Questionnaire e caracterizado em cinco tipos: físico - sofrer ou praticar agressão física como bater, chutar, empurrar, cuspir, danificar pertences e furtar objetos e dinheiro; verbal - insultar, ameaçar, ofender, colocar apelidos, zoar; social ou psicológica - divulgar falsos rumores, humilhar, excluir, discriminar, intimidar; sexual - assediar, abusar sexualmente e o cyberbullying - agredir utilizando a internet e telefones celulares. Além disso, a amostra foi caracterizada segundo: sexo, raça, situação conjugal, trabalho remunerado, moradia e a escolaridade do chefe de família. Os dados foram analisados no STATA versão 14. Sendo calculadas as frequências absolutas e relativas. RESULTADO: Fizeram parte da pesquisa 538 adolescentes, sendo a maioria de 16 anos (n=159 , 29,55%), do sexo feminino (n=296, 55,85%), de raça/cor parda (n=271, 50,56%), que não possuem companheiro (n=383, 72,13%), que tem trabalhado remunerado (n=126, 23,46%) quase que a totalidade ainda reside com os pais (n=520, 96,83%), enquanto os chefes de família que detêm o ensino médio completo ou superior incompleto apresentam-se em maior número (n=208, 43,61%) seguidos por aquele de ensino superior completo (n=146, 30,61%). Com relação a prevalência da vitimização por bullying, o verbal possuiu maior notoriedade, correspondendo a 337 estudantes (62,52%), seguido pelo bullying social com uma frequência de 315 (58,44%), o bullying físico (48,05%), o sexual (17,44%) e o cyberbullying (11,69%) possuíram um menor quantitativo de frequência. CONCLUSÃO: Conclui-se que há uma prevalência alta de bullying entre os adolescentes de escolas públicas no interior da Bahia, sendo mais presente a vitimização do bullying verbal. O bullying se configura como um importante problema de saúde pública e que necessita do desenvolvimento de ações educativas que busque conscientizar os discentes, os pais e a escola sobre as sequelas graves que pode gerar na vida do adolescente e os meios de prevenir tal violência.