PROMOVER SAÚDE EXIGE MAIS QUE ENTENDER DE DOENÇAS: DESAFIOS PARA O MÉDICO DE FAMÍLIA E COMUNIDADE

  • Author
  • Brunna Holanda Lucas Bezerra
  • Co-authors
  • Dayse Batista Santos
  • Abstract
  • Apresentação: De acordo com a Organização Mundial da Saúde (1946), saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social, não se limitando apenas a ausência de doenças. No entanto, tal afirmação, nem sempre tem estado presente na formação do profissional médico. Influenciado por um modelo hospitalocêntrico ainda hegemônico e oriundo de uma formação cartesiana e positivista. Comumente o profissional médico atua centrado no cuidado e no olhar para a doença, e não no olhar para todas as dimensões, incluindo a subjetividade, do indivíduo. Essa abordagem pode contribuir para diversas formas de iatrogenia, inclusive de natureza cultural. Na contramão do modelo biologista, o SUS estabelece como seus princípios doutrinários a universalidade, a equidade e a integralidade. Além de garantir acesso e cuidado em todos os níveis de complexidade da rede de atenção à saúde SUS, a integralidade traz como objetivo promover o (re) conhecimento do sujeito enquanto um ser holístico. Assim sendo, compreende-se que promover saúde mais do que entender de doenças exige, antes, entender de pessoas, ou, mais além, exige reconhecer-se enquanto uma pessoa profissional a interagir com uma outra pessoa usuária do serviço de saúde. Nesse contexto, o médico de família e comunidade, vivencia o grande desafio de ser médico de pessoas centrado no cuidado de indivíduo para indivíduo, não apenas na doença. Dessa forma, é objetivo desse estudo promover reflexão acerca do desafio que é para o médico de família e comunidade compreender que promover saúde exige mais que entender de doenças. Método: Trata-se de uma análise reflexiva de estudantes do curso medicina de uma faculdade do Sul da Bahia, enquanto resultado do componente Medicina de Família e Comunidade, no primeiro semestre do ano em curso. Resultados: Enquanto resultado da presente reflexão foi possível perceber que, embora formado para, não é tal simples para o médico de família e comunidade conduzir um processo de cuidado verdadeiramente centrado na pessoa e não na doença. Haja vista, o sistema e o pensamento médico ainda orbitam na compreensão da atenção à doença enquanto produtora de “status profissional”. Por outro lado, foi possível compreender o quanto o desafio que se apresenta para a medicina da família e comunidade, de olhar para o sujeito antes de olhar para a doença, pode ser (e é) um movimento necessário para a efetivação da integralidade e, por conseguinte, da equidade. Considerações finais: Espera-se que a presente reflexão seja capaz de estimular debates adicionais em favor da formação e atuação médica, especialmente daqueles da área de medicina de família e comunidade. Afinal, permanecer com o fazer centrado na doença enquanto dinamicamente a vida se expressa também nas dimensões étnico-raciais, de gênero, culturais, sociais e outras, é ofertar um cuidado, no mínimo, desprovido de competência cultural, e, certamente não é isso que se espera do/a médico/a de família e comunidade. Assim, em prol da vida, da democracia e do SUS, é crucial que os médicos de família e comunidade superem o desafio de priorizar a pessoa antes da doença.

  • Keywords
  • Saúde, Doença, Pessoas, Medicina de Família e Comunidade.
  • Subject Area
  • EIXO 1 – Educação
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