APRESENTAÇÃO
A pandemia SARS-CoV-2 exigiu novas estratégias no cuidado e assistência à saúde pela Atenção Primária à Saúde. O uso de tecnologia em consultas remotas foi permitido para diminuir a propagação do vírus. Assim, surgem serviços de Teleorientação (TO) e Telemonitoramento (TM) para a população de Sergipe (SE), por meio do aplicativo “Monitora COVID-19”.
Objetivos: avaliar sintomas e riscos da COVID, para atendimento à distância por enfermeiros e médicos, monitorar a evolução da condição de saúde; orientar por geolocalização à unidade de saúde de referência; reforçar importância do isolamento; otimizar trabalho em rede e realizar educação em saúde.
DESENVOLVIMENTO
Estratégia viabilizada pelo Consórcio Nordeste, promovida pela Secretaria Estadual da Saúde (SES-SE) e operacionalizada pela Fundação Estadual de Saúde, por meio do Núcleo de Telessaúde, em parceria com a Universidade Federal de Sergipe (UFS).
Atuação de 30/04/20 a 31/12/22, 7 dias por semana, das 8h às 18h; download via Play Store e da App Store. Funcionalidades: usuário respondia questionário e sistema classificava o risco em 4 categorias: verde, amarelo, laranja e vermelho. Médicos e enfermeiros, atendiam classificados como amarelo, laranja e vermelho, em até 24 horas. Os verdes eram orientados via aplicativo.
Atuaram no serviço profissionais efetivos, voluntários e professores e alunos de residência médica da UFS e contratação por credenciamento. Trabalho formatado em três equipes: 1) Atendimento (TO e TM); 2) Apoio logístico (contato com usuários reiterando as ligações não atendidas para garantir o atendimento); e 3) Gerenciamento (via plataforma e WhatsApp, elaboração de escalas, encaminhamentos e notificação à vigilância.
A divulgação: conteúdo para redes sociais e sites institucionais; parceria pública privada para envio de mensagens por SMS e nas faturas (telefonia móvel, companhias de abastecimentos de água, distribuidoras de energia elétrica, Defesa Civil, Banco do Estado de SE); entrevistas em telejornais e rádios locais; vídeos institucionais (uso do aplicativo e depoimentos); boletins diários.
RESULTADOS
A experiência de vigilância, educação em saúde e cuidado no período, obteve 16.117 cadastros e 76.714 atendimentos, sendo 63,5% na capital, epicentro da doença em SE. Maiores demandas: a doença e seu manejo, uso de medicações, quadros de ansiedade e insegurança, reações adversas à vacina.
Habilitados 20 médicos de família e comunidade, 34 médicos generalistas e 223 enfermeiros generalistas, dando celeridade na contratação e eficiência ao serviço. Promovido parcerias inéditas (sem ônus para os entes), resposta integrada à pandemia, ação educativa e de vigilância a pacientes em isolamento ou direcionamento aos serviços assistenciais.
Assim, ganha força a possibilidade de replicar a experiência em outros cenários mediante avaliações positivas de trabalhadores, gestores e usuários quanto à importância e à qualidade do serviço e, potencialidade da ferramenta.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As Tecnologias Digitais mostraram-se eficazes para evitar a disseminação da doença reduzindo deslocamentos às unidades de saúde. Houve resposta integrada de cuidado, ações de vigilância remota, protegendo trabalhadores e usuários, com garantia do monitoramento e cuidado em isolamento e direcionamento para serviço correto, otimizando portas de entrada dos serviços assistenciais. A experiência fomenta a possibilidade de arranjos organizacionais para ampliação do cuidado integral no SUS.