APRESENTAÇÃO: O cenário de saúde atual indica uma constante transformação das condições, características e envelhecimento da população diante das doenças crônicas não transmissíveis (DNTC). Estas constituem um dos maiores problemas de saúde pública e impactam, grandemente, nos contextos de vida e saúde da população. São a principal causa de morte prematura e incapacidades no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada dois segundos uma pessoa, com menos de 70 anos, morre de uma DCNT e 86% dessas mortes ocorrem em países de baixa e média renda. Dessa maneira, tem-se nesse segmento um dos maiores desafios de saúde e desenvolvimento deste século. A Atenção Primária á Saúde (APS), porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS) tem papel fundamental na atenção e no cuidados as DCNT. Nessa perspectiva, este trabalho tem como objetivo relatar a experiência de uma estratégia de saúde da família (ESF), localizada em um município no noroeste do Rio Grande do Sul, na realização de grupos de saúde que, ampliam e qualificam o acesso dos usuários, portadores de doenças crônicas (hipertensão e diabetes mellitus).
DESENVOLVIMENTO: Em abril de 2023 foi planejando e implementado pela equipe de saúde da família, o grupo interdisciplinar para o atendimento a usuários portadores de diabetes mellitus e hipertensão, realizado uma vez na semana, no período da manhã. Os usuários são convidados pelos agentes comunitários de saúde (ACS) a integrar o grupo, para além de aferição dos sinais vitais e medidas antropométricas, participarem de atividades educativas, com diversas temáticas pertinentes aos cuidados e promoção de saúde. Cada encontro é mediado por um profissional de diferente área do conhecimento, como enfermeira, médico, educador físico, odontólogo, nutricionista psicóloga, ACS e farmacêutico do município. Após a atividade educativa, os usuários são avaliados pela médica da unidade que, por sua vez, realiza a renovação e ajustes da prescrição dos medicamentos de uso contínuo, bem como demais encaminhamentos de acordo com a necessidade de cada um.
RESULTADOS: Anterior a implementação do grupo, as renovações de medicamentos, de uso contínuo, por usuários portadores de hipertensão e diabetes mellitus, eram realizadas de diversas formas, com fragilidades na padronização dos atendimentos. Alguns usuários não tinham hábito de realizar consultas periódicas e, muitas vezes, buscavam a unidade para renovação de sua receita sem intenção de realizar qualquer tipo de atendimento. A partir da implementação do grupo, a equipe ampliou e qualificou o acesso a esses usuários, além de padronizar o atendimento, com periodicidade adequada nas renovações/prescrições de medicamentos, outras práticas como atendimento multisciplinar e educação em saúde passaram a ser realizadas, de forma potencializadora na rotina de trabalho, proporcionando maior qualidade de vida e promoção de saúde aos usuários.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: A realização de grupos de saúde vai ao encontro do que se é preconizado pelas políticas públicas de saúde e, especialmente pelo nível de atendimento e compromisso da APS, facilitando o monitoramento das condições de saúde dos usuários portadores de doenças crônicas não transmissíveis.