Desafios e Estratégias na Promoção da Higiene Corporal para População em Situação de Rua: Um Estudo de Caso na Tijuca, Rio de Janeiro

  • Author
  • Lucas Marques Ferreira de Carvalho
  • Co-authors
  • Vinícius Rodrigues Fernandes da Fonte , Maiara de Santana dos Santos , Fabiana Ferreira Koopmans , Maria Clara Sameiro de Almeida , Daniele do Nascimento Machado de Sousa , Mary Cristine de Almeida da Silva , Eliane Oliveira de Andrade Paquiela , Eluana Borges Leitão de Figueiredo
  • Abstract
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    Apresentação: O banho é uma necessidade psicobiológica e social e está relacionado a higiene, a autoestima e as relações interpessoais. Entretanto, a prescrição desse cuidado, especialmente para as pessoas que vivem em situação de rua, envolve a violação de direitos constitucionais, já que não possuem acesso à habitação, espaços que garantam o acesso à água ou a privacidade necessária para o cuidado do corpo. Objetivo: Apresentar uma reflexão sobre os desafios da higiene corporal para pessoas em situação de rua, na região da Tijuca, município do Rio de Janeiro. Desenvolvimento do trabalho: Ao circular pelo bairro da Tijuca, observa-se pessoas vivendo em situação de rua utilizando o chafariz da praça Saens Pena para a realização da higiene corporal, além de outras estratégias como o uso de ligações clandestinas de água ou parcerias com a sociedade civil, como igrejas. No que tange aos serviços públicos, em nosso território temos o CREAS Arlindo Rodrigues e o CAPS-AD Mané Garrincha com oferta de banho aos cidadãos sobre seus cuidados de saúde. Ao iniciarmos o funcionamento da equipe do Consultório na Rua da AP 2.2, em 2022, tivemos o apoio da Coordenação da Área Programática, que promoveu um local de banho na unidade de saúde. Desde então, o banho foi tratado com algo que não pode ser restrito, sendo um cuidado de saúde imprescindível. Resultados: É claro que a disponibilidade do banho trouxe outros desafios, foi necessário parcerias para a garantia de materiais de higiene pessoal e roupas. Organizações da sociedade civil, frequentadores e funcionários da unidade de saúde foram os principais apoiadores na oferta de insumos. Eram realizados cerca de 20 banhos por dia, incluindo pessoas de outros bairros. O banho possibilitou outras formas de cuidado, como: investigação de sintomáticos respiratórios, oferta de testes rápidos para IST, coleta de citopatológico, regularização da situação vacinal e fortalecimento de vínculo. No entanto, a ocorrência de conflitos entre os frequentadores, mediante a tempo de espera ou devido a desavenças pregressas da vida nas ruas, e questões comportamentais, adentrar ou permanecer na unidade sem camisa, utilizar a estrutura da unidade para secar a roupa, entre outros, fizeram com que a gerência da unidade suspendesse os banhos. Considerações finais: Estimular mais espaços de banho na cidade deve ser encarado como uma meta, de modo a propiciar o cuidado para populações vulnerabilizadas e com direitos violados. Outros desafios envolvem o apoio de políticas públicas de saúde para a garantia deste espaço e para subsidiar os insumos necessários para uma adequada higiene, a fim de que não ocorra a suspensão desse serviço para pessoas que vivem na rua.

  • Keywords
  • Pessoas em situação de rua, Atenção Básica à Saúde, Cuidado
  • Subject Area
  • EIXO 2 – Trabalho
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