A compreensão e o cuidado para com pessoas em situação de rua têm se destacado cada vez mais como áreas de estudo e intervenção no campo da saúde pública. No contexto da atenção básica à saúde, a abordagem a essa população apresenta desafios singulares, demandando uma compreensão abrangente das suas necessidades e realidades. Este relato se propõe a compartilhar uma experiência significativa vivenciada durante uma pesquisa de campo com pessoas em situação de rua, realizada na Atenção Básica à Saúde, no município do Rio de Janeiro. O relato de experiência vem de uma das etapas da pesquisa, a coleta de dados para esta pesquisa de campo, que foi realizada por alunos de graduação em enfermagem e a mestranda da UERJ. A coleta de dados ocorreu em uma ação realizada por uma organização não governamental com intuito de prestar serviços de saúde e de fins judiciais. Nossa abordagem foi cuidadosamente moldada pela empatia e pelo respeito à autonomia dos indivíduos, visando estabelecer vínculos de confiança para facilitar a comunicação e o compartilhamento de experiências. Além de respeitar a negativa do indivíduo quando não queriam participar da pesquisa. Ao dialogar com as pessoas em situação de rua, pode-se perceber uma diversidade impressionante de trajetórias de vida, marcadas por desafios como a falta de moradia, acesso precário aos serviços de saúde e discriminação social. Entretanto, observou-se uma dificuldade referente a ter os relatos durante as entrevistas, pela emergência de muitos em pegar um alimento que era ofertado, a fome e sede estavam presentes nas entrevistas. A partir das narrativas coletadas, foi possível identificar necessidades emergentes, como assistência médica para doenças crônicas não tratadas e acesso a alimentos e itens de higiene básica. A pesquisa de campo reforçou a urgência de políticas públicas e ações concretas para promover a inclusão social e o acesso universal à saúde. É essencial oferecer suporte integral que contemple não apenas as necessidades físicas, mas também as emocionais, sociais e psicológicas desses indivíduos. Esta experiência reforça o compromisso de trabalhar por uma sociedade mais justa e solidária, onde todos tenham oportunidades de viver com dignidade.