O fortalecimento da Rede de Atenção à Saúde, com ênfase na Atenção Primária à Saúde (APS), fundamenta-se em processos que objetivem novos modos de analisar e operar coletivos organizados para a produção, no qual haja uma integração entre os sujeitos, constituindo espaços de diálogo, saberes e poderes, a fim de qualificar e potencializar o cuidado em saúde e a transformação das práticas nos territórios de saúde. O Núcleo de Gestão Regional (NGR) da Gerência de Atenção à Saúde (GAS) foi instituído em nível técnico-operacional com o objetivo de apoiar tecnicamente os diretores e as equipes das Unidades de Saúde (US), nas respectivas regiões de saúde, visando à implementação de ações estratégicas definidas com a Coordenação de Atenção Básica (CAB), a fim de fortalecer a Rede de Atenção à Saúde (RAS) no município de Vitória. O NGR é uma forma particular de Apoio Paidéia, aos diretores e equipes que atuam nas Unidades de Saúde (US), o que implica na formação de sujeitos com capacidade de analisar e intervir no campo do trabalho, rompendo com a racionalidade gerencial hegemônica, da cisão entre a formulação e a execução. Trata-se de uma equipe composta por profissionais de nível superior, com carga horária de trabalho de 40 horas semanais e com vínculo efetivo, sendo referência para unidades de uma mesma região de saúde. O grupo reúne-se semanalmente com a coordenação do núcleo para planejamento, monitoramento e avaliação de suas ações. As principais atribuições contemplam a participação no Colegiado Gestor Regional e no Colegiado Gestor Local, a contribuição em outros espaços coletivos, a colaboração com os gestores locais e equipes das US no estabelecimento de estratégias para o alcance de metas e no monitoramento dos indicadores de saúde. E contribui, junto ao nível local, na organização dos macros e micro processos de trabalho e projetos da Secretaria Municipal de Saúde, no âmbito da APS. Constatou-se no desenvolvimento dessas ações uma melhor aproximação entre a gestão do nível central e os profissionais, apoiando as equipes na implantação de Diretrizes, portarias, protocolos e normatizações institucionais, de acordo com as necessidades dos territórios; uma maior celeridade no retorno às demandas e dúvidas dos diretores e equipes relacionadas a GAS; equipes com maior apropriação dos relatórios relacionados aos indicadores do Previne Brasil, com melhor entendimento dos indicadores e qualificação dos registros; um fortalecimento da organização dos fluxos internos e processos de trabalho das US: organização do cuidado programado; reorganização da agenda dos enfermeiros para a supervisão dos ACS e da equipe de enfermagem; redução das inconsistências de cadastros dos usuários nos sistemas de informação e prontuário, entre outras atividades. Desse modo, a aproximação entre a gestão central e os gestores locais e equipes nos “encontros” possibilitaram realizar uma análise crítica dos resultados obtidos, bem como assertividade nas tomadas de decisão, na construção de melhorias contínuas dos processos organizacionais, na análise das suas práticas, permitindo redirecionar caminhos e propor novas trajetórias em busca de novos sentidos e novos arranjos.