A experiência da metodologia ativa na formação de profissionais médicos no município de Belém é de suma importância, principalmente se tratando do uso da ferramentas, como o Planejamento Estratégico Situacional (PES) para resolução de realidades insatisfatórias observadas na atenção primária. O objetivo deste relato é evidenciar a importância do PES na gestão de ações na atenção básica, por meio do conhecimento adquirido sobre o território de Belém e das bases teóricas que fundamentam esse planejamento feito pelos discentes da faculdade de medicina da UFPA. Desse modo, é importante explicitar as bases teóricas utilizadas para guiar a compreensão da realidade do território e os principais pontos insatisfatórios a serem notados, as quais foram o artigo "O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL NO NÍVEL LOCAL: um instrumento a favor da visão multissetorial" por Elizabeth Artmann e as diretrizes da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB). A metodologia usada nas aulas é dividida em duas partes, a primeira prática e a segunda teórica, sendo essa metodologia pré-estabelecida no cronograma pela docente em questão para o primeiro semestre de 2024; iniciando na Escola Municipal Rotary, no bairro Condor, a parte prática e em sala de aula a segunda parte, o momento teórico. A orientação recebida foi de observar os hábitos e as relações dos alunos com o ambiente escolar, focando principalmente nos hábitos alimentares prejudiciais. Nesse contexto, foram observadas grandes quantidades de alimentos ultraprocessados sendo consumidos. Após esse momento observacional, houve uma coleta de informações sobre a escola, repassadas pelos profissionais da instituição, os quais relataram que os alimentos ultraprocessados são provenientes da residência dos alunos e ofertados pelos responsáveis, além de outros problemas relacionados à evasão escolar e falta de infraestrutura. Outrossim, a aula teórica realizada em sala no prédio da faculdade de medicina da UFPA foi o momento de utilização das bases teóricas para a descrição dos problemas coletados no território e quais desses problemas os profissionais de saúde em formação teriam governabilidade para trabalhar, a fim de que esses problemas fossem mitigados e estratégias criativas pudessem ser criadas para solucioná-los no contexto vivenciado. Em suma, a experiência vivenciada revelou a importância do PES no planejamento e gestão das ações na atenção primária, de forma proativa e contextualizada, para lidar com problemas multifatoriais que afetam a saúde da comunidade. Os profissionais de saúde da área podem reconhecer os problemas e, se possível, solucioná-los por meio dos atores disponíveis na região. Portanto, conclui-se que o Planejamento Estratégico Situacional é importante para capacitar os profissionais de saúde a enfrentar os desafios da prática cotidiana. Ao incorporar essa metodologia na formação acadêmica, os futuros profissionais estarão mais bem preparados para atuar de forma eficaz e inovadora na promoção da saúde e na melhoria das condições de vida das comunidades que atendem.