Apresentação: Há uma complexidade nas práxis cotidianas do contexto da Saúde da Família. Prestar cuidado em saúde torna-se desafiador a cada novo caso, cada recusa, vínculo, diálogos e silêncios. Nesse sentido, os Agentes Comunitários da Saúde (ACS) como profissionais, como cidadãos e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e morador do território de atuação, expressam um mosaico de afetividades diárias ao fazer acontecer o SUS. Objetivo: Analisar narrativas sobre os fazeres de ACS do município de Macaé (RJ), a partir de Cartas Pedagógicas (CP). Desenvolvimento do trabalho/Método: Estudo qualitativo, descritivo e exploratório, com aderência com a Pesquisa-ação Participativa em Saúde (PaPS). Os cenários foram quatro ESF de Macaé (RJ), sendo 23 ACS os coparticipantes, ACS que atuam há mais de um ano nestas Unidades e que aceitaram participar livremente, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Multidisciplinar UFRJ-Macaé, com CAAE n.º: 65479522.9.0000.5699. Os achados foram apreendidos por meio de CP, sendo realizada a análise narrativa das mesmas. Resultados: As CP foram analisadas em dois momentos denominados de: “1 - Abrindo as Cartas… Memórias e afetividade”; e “2 - O enredo vivido… O mundo do trabalho e o esperançar por mudanças”. Considerações Finais: As narrativas dos ACS, denotam sempre uma díade de afetividades: acolhida-não acolhida; autonomia-dependência; esperança-desesperança; alegria-tristeza; gratidão-ingratidão; motivação-desmotivação; satisfação-insatisfação; segurança-insegurança; dentre outras. Estas são advindas do seu agir enquanto ACS, a partir da construção do vínculo, da interação comunitária, da resolutividade geradora de afeto e desafetos junto aos usuários. Os mesmos querem ter voz, serem visibilizados e sugerem saídas possíveis, indicando para um “esperançar no SUS”.