A Atenção Básica é a principal porta de entrada do sistema de saúde no Brasil. Inicia-se com o ato de acolher, escutar e oferecer resposta resolutiva para a maioria dos problemas de saúde da população, minorando danos e sofrimentos e responsabilizando-se pela efetividade do cuidado, ainda que este seja ofertado em outros pontos de atenção da rede, garantindo sua integralidade. Nesse contexto o Programa Nacional de Controle da Tuberculose visa reduzir a morbidade, mortalidade e transmissão da Tuberculose. O presente trabalho tem como objetivo descrever a situação do atraso na notificação de tuberculose na Unidade Básica de Saúde do Jurunas-Belem/Pa, vivenciado pelos acadêmicos de medicina na própria unidade primária de atenção. A vivência na unidade básica de saúde-UBS do Jurunas, ocorreu no segundo semestre de 2023. Essa experiência proporcionou aos acadêmicos um conhecimento prático das doenças endêmicas da região metropolitana de Belém, dentre elas, a tuberculose (TB) das quais foram abordados o diagnóstico, principais exames, tratamento e acompanhamento dos pacientes até o desfecho da doença. O acompanhamento das pessoas com TB é inserido a um documento chamado “Livro de registro de pacientes de Tuberculose e acompanhamento do tratamento” onde são listados por unidade de saúde todos os casos notificados de TB. Esse documento é usado como uma fonte de dados da unidade de saúde local e também como uma ferramenta para a base de cálculo de indicadores operacionais e epidemiológicos, logo, é por meio deste documento e das fichas de notificações de TB que os medicamentos utilizados pelos pacientes e disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde chegam à unidade. No entanto, foi possível observar na UBS que a responsabilidade de notificar ficava para apenas uma profissional, devido a insegurança de outros profissionais, evidenciado por relatos como “não quererem assumir a responsabilidade do tratamento” ou por “não saberem notificar” e na sua ausência essas demandas ficam desassistidas, incorrendo na possibilidade de subnotificação dos casos de Tuberculose na unidade. Então, podemos concluir que há o risco de subnotificações na UBS devido a um trabalho destinado a apenas um profissional de saúde, trabalho esse em que qualquer pessoa capacitada tem o dever de realizar de acordo com a portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016. Por fim, essa situação prejudica os pacientes que precisam receber seus medicamentos advindos dessa notificação e também prejudica a integridade física e mental do profissional com a quantidade de demandas a apenas uma profissional o que seria de fácil resolução com a inclusão dos outros profissionais para o desenvolvimento dessa atividade, além de educação permanente para que todos possam ter segurança na execução dessas atividades.
Complete tool for submission, evaluation and publication of proceedings for scientific events.
