A busca por um atendimento de qualidade, considerando múltiplas necessidades de saúde e de ação multiprofissional e interdisciplinar constitui um desafio constante para o trabalho coletivo em saúde, integrada e com equidade que venha de encontro com as políticas sociais públicas. Uma das estratégias foi utilizar os programas de Residências em Saúde – Residência Médica e Residência em Área Profissional da Saúde (Multiprofissional e Uniprofissional) pois contempla o incentivo à formação de especialistas em diferentes áreas nas regiões prioritárias para o Sistema Único de Saúde (SUS) e proporcionar maior atenção e abrangência a população assistida. Diante das necessidades de aumentar e qualificar os profissionais em diferentes serviços de saúde a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul (SES/MS) vem apoiando e incentivando os programas de residência em Saúde como Residência Multiprofissional Cuidados Continuados Integrados (CCI), e de Reabilitação Física, Residência em Enfermagem-Obstétrica, Residência médica em Medicina da Família e Comunidade, em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS); Residência médica em Clínica Médica e em Oftalmologia do Hospital São Julião; Residência em Saúde da Família com foco em populações indígenas com a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Este trabalho tem como objetivo relatar a experiência da Escola de Saúde Pública Dr. Jorge David Nasser (ESP/SES/MS) no apoio as residências em saúde no SUS em Campo Grande-MS. Trata-se de um relato de experiência. Desde de o ano de 2014, a ESP/SES/MS apoia as Instituições de Ensino Superior (IES) na realização das residências mencionadas. Essa trajetória teve início com apenas duas residências, sendo uma de enfermagem obstétrica e a outra multiprofissional CCI com foco na saúde no idoso. Ao longo dos anos, foram sendo incorporadas outras residências, devido as necessidades dos serviços locais e disposição das IES. São egressos dos programas cerca de 242 profissionais. Os desafios ao longo destes anos foram pautados no cenário das práticas, como a presença de local adequado para esta formação e a alta rotatividade dos preceptores. Como facilitador, identifica-se o projeto pedagógico de capacitação dos preceptores ofertado pela ESP/MS, e outras disponíveis de acesso aberto. Ainda, nesta dimensão destaca-se a tutoria com base em metodologias ativas de ensino-aprendizagem proporcionado pelas IES, como forma de discutir, monitorar e avaliar os residentes quanto ao conteúdo programático de cada programa de residência. No ano de 2024, ao todo, são 86 residentes distribuídos nas seguintes áreas de formação: medicina, enfermagem, fisioterapia, farmácia, odontologia, serviço social, nutrição, psicologia, educação física, inseridos nas atividades de Atenção Primária à Saúde e nos serviços hospitalares. Os desafios e facilitadores permanecem neste contexto, sendo necessário ações de políticas públicas intersetoriais para transpor obstáculos e potencializar os facilitadores, visando a melhoria da formação dos programas de residência que proporciona não apenas o exercício profissional, mas também incentiva o pensamento crítico essencial para a produção de novos conhecimentos e mudança do processo de trabalho.
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