EMBARCANDO NA INTERSETORIALIDADE: A EXPERIÊNCIA DO EXPRESSO CHAGAS EM QUIXERÉ.

  • Author
  • Francisca Marília Queiroz Silva
  • Co-authors
  • Ana Rebeca Araújo Vasconcelos , Maria de Fátima do Norte Oliveira , Thalita Soares Rimes , Graziella Iara Silva , Gislane Bernardino de Freitas
  • Abstract
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    Em 1907, o sanitarista Carlos Chagas chegou à Lassance, no Norte de Minas Gerais, com a missão de combater a malária entre os trabalhadores da estrada de ferro Central do Brasil, quando em 1909, descobre a Doença de Chagas. Em 2019, a partir de experimentos realizados em 2018, a equipe do Instituto Oswaldo Cruz lança o projeto “Expresso Chagas XXI”. O projeto aconteceu em escolas de quatro cidades endêmicas do estado de Minas Gerais, por meio de uma exposição participativa, atrelando ciência e arte para falar da Doença de Chagas para pessoas com a doença ou onde existe o risco de contaminação pelo parasita causador (Trypanossoma cruzi). Historicamente, Quixeré é classificado como alto risco para transmissão vetorial da Doença de Chagas, tendo esses critério avaliado, levou o município a ser contemplado com “o trem imaginário”. Trata-se de relato de experiência que aconteceu no município de Quixeré, no dia 30 de novembro de 2023. O Expresso Chagas XXI, teve formato de estação e 6 vagões, promoveu atividades por meio de oficinas, exposições, jogos, atividades práticas de laboratório e testes rápidos para Doença de Chagas. O formato de trem trouxe uma aborgadem multidisciplinar: Estação Quixeré no qual aconteceu a identificação dos participantes com preenchimento de formulários e termos de consentimento; Vagão 1 (Associações), com representantes de associações do Rio de Janeiro e da Bahia e  articulador das associações locais; Vagão 2 (Inovação e laboratório), realização  dos testes rápidos para Chagas e sorologia para os testes positivos; Vagão 3 (Brincar e descobrir), imersão na artéria gigante, jogos e brincadeiras sobre a temática com protagonismo educacional e exposição de teatro mudo e outras atividades realizadas com as escolas; Vagão 4 (Casa e saúde única), microscopia, controle vetorial, maquetes e demais informações sobre o barbeiro e o seu ciclo; Vagão 5 (Bem estar), aromaterapia, oficinas de cheiros e toques, degustação de chás, orientação nutricional e exercícios laborais; Vagão 6 (Sua voz), percepção oral e escrita, coleta de imagens e vídeos sobre as emoções e vivências no expresso, com ênfase no protagonismo juvenil. Neste processo foram envolvidos mais de 100 colaboradores no âmbito municipal, estadual e pesquisadores da FIOCRUZ. Dessa forma, durante o período do evento foi atendido um público de mais de 350 pessoas das diversas faixas etárias, que circularam por todos os vagões. Além do envolvimento da população de forma geral, houveram parcerias com o produtores locais, doando de frutas e produtos oferecidos aos participantes, foram realizados 231 testes rápidos para Doença de Chagas sendo que destes 24 deram reagentes. O Expresso Chagas é uma tecnologia social educativa que promoveu integração com atividades de educação, investigação, cultura e arte, disseminando informações sobre a Doença de Chagas. Quixeré construiu com autonomia o formato do Expresso Chagas local apresentando na estação e em seus vagões, originalidade, inovação e integração das secretarias municipais de governo. A experiência nos trouxe a consolidação de um trabalho intersetorial onde nos permitiu a abordagem do tema onde todos os setores foram importantes para o sucesso desse evento grandioso.

     

  • Keywords
  • CHAGAS, SAÚDE, INTERSETORIALIDADE
  • Subject Area
  • EIXO 5 – Saúde, Cultura e Arte
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