A importância de desenvolver uma tecnologia social Interprofissional na educação em saúde materno-infantil

  • Author
  • Bianca Ribas Mazzucco Torres
  • Co-authors
  • Amanda de Aspiazu Damiani , Bianca Keller , Carollyna Scherer Brum , Laura Lappe Bombardelli , Luíse Walter Gehrke , Manuel Albino Moro Torres
  • Abstract
  • Apresentação: Apesar dos consideráveis investimentos realizados no Brasil na área da saúde materno-infantil em prol dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, os indicadores de morbimortalidade materna e infantil permanecem alarmantemente elevados. Ademais, as abordagens teórico-práticas continuam predominantemente verticais, fragmentadas e, frequentemente, focalizadas em apenas um profissional de saúde. Diante desse cenário, surge a tecnologia social (TS), caracterizada por recursos educativos desenvolvidos em interação com a comunidade, visando uma transformação social efetiva, a partir das necessidades concretas dos usuários. Este estudo visa avaliar a eficácia e funcionalidade da tecnologia social no âmbito da educação em saúde, como uma alternativa promissora para enfrentar os desafios persistentes na área da saúde materno-infantil.

    Desenvolvimento: A tecnologia social, ao promover a inclusão e o empoderamento de indivíduos, famílias e comunidades, potencializa a educação em saúde como um fenômeno complexo e multidimensional. Enquanto a educação em saúde é compreendida como um processo que vai além de simples variáveis quantitativas, envolvendo interações, associações e a valorização das especificidades locais e das expectativas de aprendizagem dos atores sociais, visando o bem-estar geral. Nesse contexto, a tecnologia social se destaca ao promover uma abordagem participativa e colaborativa, como evidenciado pelos grupos focais operativos, fortalecendo a ideia de que as ações educativas devem ser sistematizadas para fomentar a autonomia individual e coletiva dos usuários de saúde. A aprendizagem centrada em processos colaborativos não só fomenta a interatividade e a interprofissionalidade, mas também melhora a capacidade de resolução de problemas tanto na área da saúde quanto em outras esferas do conhecimento. Baseado nestes conceitos, o grupo de estudo desenvolveu uma tecnologia social baseada em visitas domiciliares às gestantes vulneráveis e à construção de grupos operativos baseando-se nas demandas trazidas pelas mesmas, contando com a  colaboração de acadêmicos da medicina, residentes multiprofissionais e a equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF).

    Resultados: Os resultados obtidos destacam os efeitos significativos da experiência, especialmente no que diz respeito à inclusão e ao empoderamento dos participantes. Observou-se uma melhoria tangível na capacidade das gestantes vulneráveis de se engajarem ativamente em seu próprio processo de cuidado e tomada de decisões relacionadas à saúde. Além disso, como desfecho secundário, percebeu-se uma notável ampliação do olhar dos acadêmicos de medicina sobre a complexidade dos desafios enfrentados pelas gestantes em situação de vulnerabilidade. Isso evidencia não apenas uma mudança na abordagem clínica, mas também um maior entendimento das questões sociais e estruturais que influenciam diretamente a saúde materno-infantil. Esses resultados promissores ressaltam a importância de abordagens colaborativas e centradas no usuário para promover mudanças significativas na saúde e no bem-estar das comunidades.

    Considerações finais: Concluímos que a integração de práticas interprofissionais é essencial para aprimorar a qualidade do cuidado na saúde materno-infantil. Paralelamente, é fundamental combater o conhecimento fragmentado e a segmentação na formação em saúde, visando promover uma compreensão mais holística do processo de saúde e adoecimento, bem como o desenvolvimento de habilidades colaborativas e interprofissionais entre os profissionais de saúde.

  • Keywords
  • Tecnologia social, Educação, Materno-infantil.
  • Subject Area
  • EIXO 1 – Educação
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