O trabalho aborda a experiência de um projeto de qualificação de conselheiros de saúde realizado nos 23 polos-base do Distrito Sanitário Especial Indígena Manaus (DSEI Manaus), Amazonas, Brasil ao longo de 2021, com o objetivo de desenvolver uma rede de formação de conselheiros locais de saúde indígena a partir da perspectiva de rompimento com as lógicas “bancárias” em direção a práticas libertadoras para a ação dos conselheiros e promoção de sua participação nas políticas públicas de saúde indígena. As atividades combinaram diferentes estratégias pedagógicas e mídias de interação como: oficinas presenciais, curso na modalidade EAD (Educação à Distância) e a produção de material didático específico para o projeto na forma de três cartilhas. O conteúdo da formação incluiu, além de noções básicas de controle social, informações sobre a pandemia de Covid-19, a construção de abordagens para ação do controle social no contexto da emergência sanitária e escutas sobre o enfrentamento da pandemia nos territórios e aldeias. Foram desenvolvidas 4 cartilhas no âmbito do projeto: a primeira voltada para recomendações às aldeias no período subsequente à vacinação, e as outras voltadas à apresentação da política de saúde indígena, controle social e funcionamento do Conselho Distrital de Saúde. A participação da coordenação do Condisi e das lideranças indígenas de cada território foi fundamental para o desenvolvimento de uma linguagem compartilhada e apropriada ao enfrentamento real dos problemas. O trabalho serviu para uma reflexão aprofundada sobre o papel dos conselheiros em meio à pandemia e à busca de soluções para a melhor estruturação do subsistema de saúde indígena.
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