Como a falta de interlocução eficaz entre diversas categorias profissionais na APS interfere no planejamento e na Produção do Cuidado: um relato de experiência no PSE

  • Author
  • Gabriela de Sales Castro
  • Co-authors
  • Henrique Soares Medeiros , Artur Mendes , Christina Silva , Roberta Viegas Magalhães
  • Abstract
  • Apresentação: O Sistema Único de Saúde (SUS) tem na Atenção Primária à Saúde (APS) a primeira porta de entrada do usuário e funciona como coordenadora do cuidado, articulando com os demais níveis de atenção o trânsito do usuário na rede SUS. É na APS onde os primeiros vínculos são criados com a população, formando uma relação de co responsabilização do usuário com sua saúde com o apoio direto dos profissionais das equipes de saúde da família (ESF) na Produção do Cuidado e no monitoramento contínuo e longitudinal do paciente. As ESF contam com o apoio dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) que integram uma equipe multidisciplinar que auxilia e aumentam a resolutividade das equipes. As diferenças entre como os diversos profissionais de saúde veem a produção do cuidado em saúde, interfere na construção do processo de trabalho e em como este processo chega ao paciente e nos vínculos que são criados com a população. A interdisciplinaridade pode organizar através dos processos de trabalho a produção do cuidado em saúde, onde diversos profissionais conduzem de forma conjunta colaborativa as ações a serem desenvolvidas no território. Desenvolvimento: Na proposta da Secretaria Municipal de Saúde, o PSE Programa de Saúde na Escola é incluído na rotina de trabalho das Unidades Básicas de Saúde (UBS) com 14 atividades propostas pelo Ministério da Saúde em parceria com o Ministério da Educação. A cada biênio, 3 ações são obrigatórias. Na explanação deste trabalho, uma enfermeira responsável pelo PSE em uma UBS em Belo Horizonte optou por tentar realizar o maior número de ações de acordo com o público de cada escola e em acordo com a direção das mesmas, porém encontrando dificuldades com colegas de trabalho das diversas categorias do NASF e da UBS que  impunham dificuldades e impedimentos para não realizar a ação, ou fazer pela metade, não contemplando todo o público da escola e não fazendo o monitoramento dos encaminhamentos feitos. Resultados: Das 3 ações prioritárias apenas a de Promoção de Práticas Corporais, da Atividade Física foi cumprida integralmente, e as demais, Promoção e Avaliação de Saúde Bucal e Promoção da segurança alimentar, nutricional foram cumpridas parcialmente, a primeira teve avaliação e não teve monitoramento dos encaminhamentos e a segunda não teve avaliação antropométrica de todas as crianças nem atividade educativa em todas as salas e não teve monitoramento. Em contrapartida, outros profissionais aderiram em outras ações, como por exemplo, a avaliação da acuidade visual e a promoção da saúde auditiva. Considerações finais: Muitas vezes a UBS prioriza ações de atendimento ao agudo em detrimento do atendimento a condições crônicas que poderiam ser evitadas com captação precoce e até mesmo programas de prevenção e promoção da saúde como é o caso do PSE.  Percebe-se uma falta de engajamento de alguns profissionais do NASF e da UBS, além da falta de gestão local no sentindo de cobrar metas a serem seguidas e de amparo às diversas categorias junto ao PSE e às ações propostas pelo programa. 

  • Keywords
  • Produção do Cuidado, Programa de Saúde na Escola, Atenção Primária à Saúde, Equipe multiprofissional
  • Subject Area
  • EIXO 2 – Trabalho
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