Na área hospitalar, o termo hospital 4.0 é utilizado quando a integração entre ferramentas tecnológicas influenciam a comunicação interna do hospital. No que diz respeito à farmácia hospitalar, o uso dessas ferramentas amplia diretamente a qualidade do gerenciamento farmacêutico, na cadeia medicamentosa. Tais tecnologias tornam essa logística mais ágil e precisa, inclusive na manutenção da segurança do paciente, já que podem melhorar significativamente todos os trâmites internos que envolvem controle, estoque e distribuição dos medicamentos com o objetivo central de reduzir desperdícios e erros nas prescrições.
O objetivo do serviço de farmácia hospitalar do Complexo Hospitalar Pedro II/CER Santa Cruz é cada vez mais integrar de forma automática os processos que envolvem a jornada do medicamento, diminuindo o tempo gasto caso fosse realizado manualmente. Isto inclui desde a guarda, unitarização, dispensação, devolução, inventário, controle de validade.
A gestão de medicamentos é uma das maiores causas de erros em hospitais. E além disso, os materiais e medicamentos representam alto valor financeiro nas instituições. Com base nisso, os investimentos em tecnologia contribuem para a sustentabilidade financeira e segurança ao uso racional de medicamentos. É uma melhoria significativa para tornar os processos de farmácia hospitalar mais enxutos e inteligentes, principalmente em reduzir os retrabalhos inerente à unitarização, dispensação e devolução durante toda a jornada do medicamento.
No Complexo Hospitalar, houve aquisição de novo prontuário eletrônico, onde nele foi possível realizar cadastro dos medicamentos padronizados. Ao realizar o cadastro, foi feita a parametrização de cada item, onde foram configuradas as vias de administração, diluição de acordo com a literatura, alertas, como medicamentos de alta vigilância, entre outras barreiras visando a promoção da segurança no uso dos medicamentos. Além disso, foi incorporada na rotina do complexo a utilização de requisições e devoluções, para a Farmácia, via sistema, o que antes era realizado de forma manual, não oferecendo rastreabilidade e segurança nas solicitações. Além do prontuário eletrônico, faz parte também do processo de atualização, o início da utilização da Unitarizadora de medicamentos, o que trouxe padronização das informações, aumento da rastreabilidade dos itens, alertas de segurança por meio de símbolos e embalagens características para cada tipo de medicamento.
Os próximos passos são as inclusões das justificativas para uso de medicamentos especiais, realizados dentro do sistema, visto que hoje apenas os medicamentos controlados e antibióticos fornecem tal opção, e futuramente iniciar a dispensação através do sistema de bipagem, o que irá aumentar a segurança na dispensação, garantindo a rastreabilidade, além de agilizar o processo, removendo etapas manuais.