APRESENTAÇÃO: A adolescência é considerada uma fase de transição, envolvendo grandes mudanças físicas, mentais, de maturação sexual e de transformações na identidade do próprio indivíduo. Muitas vezes, associa-se a adolescência à noção de conflito, desordem e comportamentos imprudentes, além dos riscos inerentes a esta etapa da vida, como a gravidez precoce indesejada e riscos de contrair infecções sexualmente transmissíveis. Ressalta-se que, um dos fatores para ampliar o risco da gravidez precoce indesejada é pelos desafios da temática relacionada à sexualidade ainda ser considerada tabu na sociedade, portanto, muitos jovens não têm a abertura para conversarem com seus responsáveis, precarizando seus conhecimentos e dificultando o esclarecimento de suas dúvidas e a adoção de ações de prevenção. OBJETIVO: Analisar a produção de conhecimento sobre a importância da educação sexual e a evitabilidade da gestação na adolescência. DESENVOLVIMENTO: Trata-se de um estudo de uma revisão narrativa de literatura, realizado por meio do banco de dados da Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde e no Banco de Dados de Enfermagem, no período de novembro de 2022. Após serem utilizadas as ferramentas para refinar a pesquisa com critérios de inclusão e exclusão, foram utilizados 16 artigos completos disponíveis da íntegra de forma gratuita, nos idiomas português, inglês e espanhol, com recorte temporal de 2017 a 2021, relevantes para a produção de conhecimento acerca da temática de gestação precoce e a relevância da educação sexual como promoção de saúde aos adolescentes. RESULTADOS: A partir da revisão dos artigos, foi possível perceber informações que convergiram entre os artigos, por exemplo, o distanciamento entre os profissionais da saúde e os adolescentes, e consequentemente a busca por serviços de saúde apenas em situações de agravos de saúde. Este distanciamento resulta em obstáculo na busca da obtenção e implementação de práticas de promoção e ações de saúde. Além disso, outro aspecto identificado foi a carência de instruções e palestras de promoção à saúde na comunidade sobre os direitos sexuais e reprodutivos aos adolescentes e o desconhecimento dos métodos contraceptivos, reforçando a precariedade de diálogos e informações claras e oportunas sobre a temática, afetando diretamente os adolescentes, uma vez que se tornam vulneráveis aos riscos de uma gravidez indesejada e de contrair infecções sexualmente transmissíveis. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Tendo em vista que a gravidez na adolescência enquadra-se como um problema de saúde pública no país, percebe-se a necessidade de ações integrais à saúde e políticas públicas centradas na promoção, prevenção e assistência desta população, incluindo a abordagem de assuntos sobre a sexualidade, métodos contraceptivos em especial, no desenvolvimento das relações em espaços de conhecimentos – escola, em busca de minimizar os riscos de uma gravidez precoce fruto da falta de informação e orientação e em prol da autonomia para a tomada de decisão voluntária da adolescente e consciente sobre sua saúde e de sua vida.