Apresentação: As modificações fisiológicas ocasionadas pela senescência, associadas a maior prevalência de comorbidades presentes nesta faixa etária, tornam a pessoa idosa mais suscetível a frequentes e prolongadas hospitalizações. O período de internação hospitalar acarreta em uma série de impactos negativos nas dimensões física, psíquica, social e espiritual da pessoa idosa, com prejuízos para a independência e autonomia da mesma. Destarte, a independência e a autonomia se constituem em dimensões bastante afetadas neste período, visto que associado a necessidade de cuidados multiprofissionais e de familiares, há necessidade da pessoa idosa se adequar às normas impostas pela instituição hospitalar, tendo suas atividades restritas, assim como sua tomada de decisão. Este estudo objetivou compreender o impacto da hospitalização na independência e autonomia da pessoa idosa na visão do enfermeiro(a). Desenvolvimento: Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, realizado com 10 profissionais de enfermagem de nível superior em uma instituição hospitalar de médio porte localizada no noroeste do estado do Rio Grande do Sul. Os dados foram coletados mediante entrevista semiestruturada, as quais, foram gravadas e transcritas na íntegra. A apreciação das informações foi realizada por meio da análise de conteúdo temática. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Institucional mediante CAAE 71043923.2.0000.5346. Resultados: Os profissionais participantes ressaltaram que este estrato etário possui características singulares no que tange ao planejamento da assistência, necessitando de atenção humanizada e qualificada com vistas a compreender as suas necessidades e diminuir o impacto da hospitalização na independência e autonomia da pessoa idosa. Dentre os aspectos que foram mencionados pelos profissionais que impactam nestas dimensões durante a hospitalização, destaca-se a imobilidade, originada pela restrição ao leito e diminuição das atividades de vida diária que desempenhavam no espaço doméstico. Também, apontaram que o processo de internação se constitui em um fator estressor, o que pode desencadear novos agravos e, consequentemente, acarretar dependência para realização das atividades de vida diária, assim como a reduzida liberdade de escolha e disfunções emocionais, que podem levar a redução na comunicação e a uma miscelânea de sentimentos negativos em relação ao momento que estão vivenciando. Além disso, os profissionais evidenciaram que na hospitalização a manutenção das necessidades fisiológicas básicas pode estar comprometida, assim como o autocuidado. Considerações finais: Diante da dinamicidade de comprometimentos que o processo de hospitalização pode acarretar na independência e na autonomia da pessoa idosa, a equipe de enfermagem deve elaborar um plano de cuidados específico, com vistas à prevenção, recuperação e manutenção da saúde no cenário hospitalar, se constituindo em uma assistência humanizada e integral.