Apresentação: No campo da saúde existem direitos fundamentais que devem ser garantidos e respeitados, dentre eles pode-se destacar o direito ao acesso à saúde. Deve-se destacar alguns fatores que que influenciam o acesso, por isso se faz importante uma dimensão da análise sobre o acesso aos serviços de saúde, pois partindo deste princípio leva-se em consideração as pluralidades culturais e socioeconômicas geográficas que venham a influenciar o acesso e seu objetivo de concretizar a equidade nos acessos aos serviços de saúde e assim salientar a importância em buscar compreender as sua dimensões. São elas: aceitabilidade: uma dimensão que analisa o usuário, ou seja, leva consideração o ponto de vista do indivíduo e sociedade, de qual maneira eles visualizam aquele serviço, quais as expectativas do usuário acerca de determinado serviço ofertado e como os usuários estão abertos aos serviços. Capacidade de Pagamento: esse aspecto evidentemente aborda o custo ao usar os serviços de saúde, uma vez que, esse aspecto influencia diretamente no acesso à saúde, pois analisa despesas com consultas médicas, medicamentos e testes diagnósticos, avalia como são os gastos de forma direta e/ou indireta. Disponibilidade: deve-se levar em consideração alguns fatores como situações de infra-estrutura, mobilidade, transportes, distância, ou seja, engloba o fator geográfico como todo. Informação: é essencial para a divulgação, e para compreensão dos usuários acerca dos serviços são oferecidos, influenciando no processo e resultado de determinado programa de saúde. Essas dimensões foram colocadas à prova durante a pandemia, especialmente para os usuários da Atenção Primária à Saúde (APS), que é porta de entrada preferencial do Sistema Único de Saúde (SUS). O impacto do covid 19 foi gigantesco, seja pela necessidade de ações para contenção da mobilidade social como isolamento e quarentena, dificuldade de continuidade de outros tratamentos dos usuário e limitações de visitas de agentes da saúde a residências. Objetivo: Desta maneira, este resumo tem como objetivo analisar o acesso dos usuários da Atenção Primária à Saúde no contexto da pandemia de Covid-19 em um município no interior do estado da Bahia. Desenvolvimento do trabalho: Estudo qualitativo do tipo exploratório. A coleta dos dados foi feita por meio da entrevista semi estruturada. Foram respeitados os preceitos éticos por apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Feira de Santana. Portanto, observou-se as Diretrizes e Normas de Pesquisa em Seres Humanos pela Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012 e Resolução 580 de 2018 do Conselho Nacional de Saúde. Parecer: 6.224.062, com aprovação em 07 de agosto de 2023. Após esse processo, utilizou-se da entrevista semi estruturada por meio virtual devido ao risco deçl.,lmççmmm contaminação tanto dos profissionais quanto do entrevistador. É uma entrevista que apresenta questionamentos básicos apoiados em teorias e pressupostos que devem se relacionar com o tema da pesquisa não deve se limitar apenas à descrição dos fenômenos sociais, ela deve também trazer explicações e gerar uma compreensão do tema como um todo. E como aspecto de inclusão para o projeto, foi estabelecido que os selecionados para essa entrevista deveriam ser do município, e que fossem enfermeiras atuantes na APS que ocuparam o cargo por mais de seis meses, no período da pandemia de Covid-19. E o método escolhido para analisar os dados coletados foi a análise de conteúdo de Laurence Bardin. Compreende-se a exploração do material, tratamento dos resultados obtidos e interpretação. Resultados:Baseando-se em aspectos apresentados na entrevistas, pode-se perceber que a pandemia afetou de forma significativa o município, como consequência levou à criação e adequação de algumas estratégias para minimizar o impacto da pandemia, entretanto o resultado não foi o esperado, pois com cenário enfrentado tornou-se extremamente difícil facilitar ou até mesmo manter acesso aos serviços de cuidados à saúde oferecidos na atenção primária. Gerou-se a suspensão ou a redução significativa de consultas odontológicas, de preventivo, entre outros serviços extremamente importantes que eram oferecidos na APS. Porém, analisando as respostas obtidas das enfermeiras, pode-se destacar a criação de uma protocolo que tinha como objetivo, facilitar o acesso dos usuários, pois disponibiliza uma estrangeira para marcação de consultas e para informação dos usuários. Portanto, houve tentativas de manter a normalidade da APS, entretanto diante do cenário de crise sanitária em proporções gigantescas, houveram tentativas de criar estratégias eficientes o bastante para suprir as necessidades dos usuários em acessar os serviços oferecidos. Porém não ocorreu a adesão de algumas novas medidas que deveriam ser tomadas, ou seja, uma reorganização de como os serviços eram oferecidos durante a pandemia, não houve uma maior utilização das redes remotas em sua totalidade para minimizar a exposição a riscos desnecessários, não ocorreu um fortalecimento da infraestrutura de saúde para lidar com emergências de saúde pública. Consoante a isso vale destacar que município mesmo em meio às dificuldades aderiu às diretrizes gerais estabelecidas pelo Ministério da Saúde com o objetivo de reorganizar o fluxo nas suas unidades primárias, ou seja, ocorreram alterações no método de agendamento para que fossem evitadas aglomerações para garantir melhor a distribuição dos pacientes ao longo do dia. Outro ponto destacado nas respostas, foi a ineficiência na preparação dos profissionais da saúde para lidar com essa crise na saúde pública, além disso foi relatado que os profissionais não foram ouvidos ao ponto de desempenhar um papel de gestão fundamental para implementação de novas estratégias. Consequentemente, gerando dificuldades manter acesso dos usuários e diminuir número de evasões dos usuários durante a epidemia, além de tornar inviável a continuação de alguns serviços no período da pandemia. Considerações finais: Nesse contexto, é extremamente necessário a inclusão de novos estudos e criação de políticas públicas para enfrentamento das dificuldades do campo da saúde em período pandêmico e/ou e em outros momentos de emergência em saúde pública. Além disso, é fundamental a capacitação de pessoal do campo da saúde e articulação e cooperação com outros setores para que as dificuldades sejam superadas e seja oportunizada de forma integral o cuidado, levando com que o acesso mais abrangente à saúde seja assegurado e respeitado em todas as suas múltiplas dimensões, inclusive durante períodos críticos, como crises sanitárias gerais.