Uma Experiência de educação permanente em saúde para trabalhadores e trabalhadoras do SUS: interface entre saúde e trabalho na atenção à população trans

  • Author
  • FERNANDA TEIXEIRA DE BARROS NETA
  • Abstract
  •  

    Este trabalho trata-se de um relato de experiência de uma psicóloga do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) de Belém/Pará que desenvolveu nos anos de 2023 e 2024 uma Experiência de Educação Permanente para os trabalhadores e as trabalhadoras da saúde, no formato de Roda de Conversa e Oficina, que teve como finalidade abordar sobre: População Trans e o Mundo do Trabalho. Este surgiu da inquietação diante da invisibilidade das pessoas trans no âmbito do trabalho. Na atual forma de organização do trabalho existiria espaço para pessoas trans? Sabe-se que o trabalho tem centralidade na vida social e é organizador da subjetividade, relacionando-se com saúde, relações interpessoais e ganho econômico para acessar meios de consumo. Para tanto, diante desta lacuna, uma psicóloga do CEREST Belém resolveu propor uma ação de Educação Permanente em Saúde, voltada para trabalhadores e trabalhadoras da rede de saúde, dos mais diversos níveis de atenção, para abordar sobre as especificidades da população trans e a sua relação com o mundo do trabalho, visando a equidade de atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS), entendendo os efeitos do racismo, da cisnormatividade e da heteronormatividade na saúde. Deste modo, organizou-se uma oficina de um dia, em abril de 2023, como projeto piloto, nos períodos matutino e vespertino, com a participação de trinta (35) servidores da rede de saúde, que se realizou no auditório do CEREST Belém, na qual se abordou sobre orientação sexual, identidade de gênero, transfobia (foram trazidos dados da Associação Nacional de Travestis e Transsexuais sobre mortes de pessoas trans);  no que tange ao mercado de trabalho foi abordado sobre estigma, vulnerabilidade, exclusão dessa população ao acesso às políticas públicas (escola, saúde, emprego e renda) trazendo para a reflexão que esta população tem um perfil de ser pouco escolarizada, pouco qualificada para o mercado de trabalho formal, restando a informalidade, o trabalho precarizado e a sujeição à condições aviltantes de trabalho. Por fim, abordou-se acerca da importância de respeitar o uso do nome social e/ou retificado nos documentos do SUS. Esta oficina tivera um segundo momento em abril de 2024 alcançando mais trinta e oito (38) profissionais da rede de saúde.

     

  • Keywords
  • população trans; trabalho; saúde
  • Subject Area
  • EIXO 6 – Direito à Saúde e Relações Étnico-Raciais, de Classe, Gênero e Sexualidade
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