APRESENTAÇÃO: A dengue faz parte de um grupo de doenças denominadas arboviroses, que se caracterizam por serem causadas por vírus transmitidos por vetores artrópodes. No Brasil, o vírus é transmitido pela picada da fêmea do Aedes aegypti, no qual possui o hábito de picar durante o turno diurno e se multiplica em locais onde possui água parada. O Brasil ultrapassa 1,8 milhões de casos (prováveis e confirmados) de dengue em 2024. Segundo dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde atualizados em março, o país registrou 1.889.206 casos nas primeiras onze semanas deste ano, uma taxa inédita. Sendo, a notificação dos casos suspeitos indispensável para o monitoramento da doença, evitando assim, uma possível epidemia. Portanto, o enfermeiro torna-se o profissional imprescindível na Atenção Primária à Saúde (APS), por ter o primeiro contato com o paciente, realizando a coleta e registro de dados, bem como a anamnese e orientando quanto aos sinais de perigo, sobre medicamentos que não devem ser consumidos e sobre hidratação. Por isso, o objetivo deste trabalho é relatar a experiência diante o manejo e conduta de um paciente com suspeita de dengue em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência realizado por acadêmicos de enfermagem do 10º semestre de uma instituição pública de ensino superior localizada no interior do Pará, no ano de 2024. RESULTADOS: A vivência no estágio supervisionado na assistência e gerenciamento na atenção primária permitiu o manejo de uma paciente com suspeita de dengue. Usuária compareceu a unidade de saúde consciente, orientada, deambulando, eupneica em ar ambiente e verbalizando. Ao ser questionada, queixou-se de tosse há 3 dias, cefaleia, algia, febre domiciliar, vertigem e dor visceral há 4 dias. Além disso, relatou dor orbital apenas no 1 dia do aparecimento dos sintomas. Nega comorbidades, alergias, episódio de sangramento, diarreia, êmese e relata pouca aceitação alimentar e sono prejudicado. Foi realizada a prova do laço com resultado negativo, realizado swab nasal para COVID-19 com resultado não reagente. Ao exame físico: tórax simétrico e expansivo, bulhas cardíacas rítmicas, normofonéticas em dois tempos, murmúrios vesiculares presentes, abdômen plano, flácido com dor à palpação superficial e profunda em flanco direito, fígado percebido à 2cm do rebordo costal. Foi prescrito dipirona 500 mg e Soro de Reidratação Oral. Foram realizadas orientações quanto a ingesta hídrica e sinais de alarme. Foi solicitado sorologia dengue, PCR e hemograma com contagem de plaquetas. Diante disso, ressalta-se a atuação do enfermeiro nos casos suspeitos de dengue para prevenção de possíveis agravos e óbitos causados pela doença. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A experiência possibilitou clareza em relação aos atendimentos de enfermagem em casos suspeitos de dengue. O manejo adequado contribui para evitar a sobrecarga nos demais níveis de atenção, além de dirimir o risco de automedicação. Ademais, percebe-se a necessidade de um melhor diálogo por parte das autoridades municipais de saúde à rede de ensino superior, por ainda apresentar desarmonia entre alguns fluxos de atendimento que não estão bem esclarecidos.