Apresentação: Apesar de todas as dificuldades enfrentadas, pelos pais após o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista dos filhos, sabe-se que os mesmos vivenciam experiências transformadoras em seus papéis de mãe e pai, pois se tornam pessoas mais tolerantes e pacientes, não deixando faltar amor, compreensão e carinho às crianças. Assim, objetiva-se realizar avaliação de uma família atípica por meio da aplicação do genograma e do ecomapa. Desenvolvimento: trata-se de um relato de caso, realizado com uma mãe e suas filhas com Transtorno do Espectro Autista nível 1 de suporte, na clínica escola de uma faculdade particular na cidade de Dourados – Mato Grosso do Sul, na disciplina de enfermagem na saúde da criança e do adolescente, no mês de abril de 2024. A participante leu, discutiu e assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Resultados: M de 36 anos, F1 de 11 anos e F2 de cinco anos. Foram realizados dois encontros com a mãe e as meninas, uma observação participante e uma entrevista. O diagnóstico das meninas se deu em dezembro de 2021. A F1 aos Oito anos apresentava atraso na fala, na escrita, na leitura, além de dificuldade na socialização, rigidez comportamental, seletividade alimentar e atraso no desenvolvimento grosso e fino. A F1 já fazia acompanhamento com fonoaudióloga e psicóloga, mas devido o “masking” e as aulas on-line o diagnóstico foi tardio. O diagnóstico se deu após a escola solicitar aos pais avaliação com a neuropediatra e neuropsicóloga, pois a F1 apresentava os atrasos na alfabetização e dificuldade em pegar de forma “adequada” o lápis. Após o diagnóstico a mesma iniciou o acompanhamento também com a terapeuta ocupacional e psicopedagoga. E hoje faz equoterapia e aula de violão, além de natação e basquete. O vínculo de amizades é muito pequeno devido à rigidez comportamental. A F2 faz acompanhamento com fonoaudióloga, psicóloga e terapia ocupacional. Também faz aula de violão e até o momento não se encontrou em nenhum esporte. Já iniciou balé, judô e tênis. Ambas fazem uso de 1 mg de Risperidona uma vez ao dia. Os pais são esclarecidos e possuem como rede de apoio a avó materna. A mãe relata que o diagnóstico do autismo das filhas possibilitou transformações pessoais em sua vida. Mas o mais importante para ela é que o diagnóstico da F1 possibilitou o diagnóstico e tratamento precoce da irmã F2 e dos dois primos paternos. Considerações finais: por meio do genograma e ecomapa foi possível observar a prevalência de crianças autistas nesta família, o impacto do diagnóstico do autismo na maternidade/paternidade e a rede de apoio desta família tanto intra como extrafamiliar. Isso permitiu um aprofundamento na dinâmica de funcionamento familiar e facilitou a elaboração dos diagnósticos e intervenções de enfermagem.