APRESENTAÇÃO E OBJETIVO: Os princípios do Sistema Único de Saúde estabelecem os fundamentos para a estruturação e operação da saúde no Brasil, com o objetivo de promover equidade, universalidade e integralidade. A prática desses fundamentos é importante para a produção de respostas às necessidades de saúde da população rural e ribeirinha da Amazônia. Contudo, obstáculos como as grandes distâncias, concentração de serviços nas zonas urbanas, baixos níveis de renda e quantidade de equipes insuficientes desfavorecem a garantia do direito à saúde. O objetivo desta revisão é analisar os aspectos que influenciam o acesso à saúde da população rural e ribeirinha, explorando as barreiras existentes.
MÉTODO: O corrente estudo consiste numa revisão integrativa, a qual os artigos foram selecionados até Abril de 2024, por meio de uma estratégia de busca nas bases de dados PubMed e BVS, em que os descritores “Comprehensive Health Care”, “Brazil”, “public health” e “Rural population” foram utilizados juntamente com o operador booleano “AND”. Após a leitura do título e resumo de 110 artigos, 8 deles foram pré-selecionados para leitura na íntegra. Posteriormente, foram excluídos 2 artigos por não focar no objetivo da revisão ou trazer uma patologia como centro da pesquisa, resultando na seleção de 6 artigos que se enquadram na temática estabelecida.
RESULTADOS: Os artigos revelam que ainda existem uma série de barreiras de acesso populacional à saúde. Estudos demonstram que equipes e recursos ainda são insuficientes para cobrir efetivamente o território, acarretando maior dificuldade em atingir a população rural que, mediante os empecilhos geográficos, dependem de transportes fluviais e longas caminhadas para chegar até a unidade de saúde. Consequentemente, muitos decidem não enfrentar a longa jornada devido às várias horas demandadas no deslocamento, de modo a aumentar a quantidade de famílias que faltam às consultas agendadas. Ademais, considerando a realidade amazônica, as atividades laborais da maioria dos cidadãos, como agricultura e extrativismo, exigem grandes jornadas de trabalho e acabam dificultando ainda mais a adesão aos comportamentos preventivos junto à atenção primária à saúde. Todavia, uma grande estratégia abordada é a participação das unidades móveis funcionais atuando no atendimento mensal da população ribeirinha que, apesar de apresentar um grande avanço, visto que a equipe quem vai até a população, ainda há limitações, como o curto tempo de permanência nos locais, a incapacidade de atingir todas as localidades e o envolvimento limitado dos agentes comunitários de saúde.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: Considerando os estudos revisados é evidente o cenário complexo e multifacetado que permeia essa realidade. Os resultados apontam para avanços significativos, como a implementação de unidades móveis fluviais e equipes de saúde da família nas áreas remotas, que contribuem para ampliar a cobertura e o acesso aos serviços. Entretanto, é imperativo que as políticas de saúde considerem as particularidades e as dificuldades, priorizando ações que promovam a equidade e a integralidade do cuidado. Investimentos em infraestrutura, capacitação de profissionais e ações de educação em saúde são fundamentais para superar as barreiras de acesso e garantir o direito à saúde para todos, independentemente de sua localização geográfica.