apresentação:
O racismo ambiental refere-se à maneira como certos grupos étnicos ou comunidades são desproporcionalmente afetados por questões ambientais negativas, como poluição, falta de acesso a recursos naturais e exposição a riscos ambientais. Em Belém do Pará, pode ser observado em relação à distribuição desigual de serviços de saúde e infraestrutura em bairros predominantemente habitados por pessoas de baixa renda. Essas comunidades muitas vezes enfrentam condições ambientais precárias, como falta de saneamento básico, coleta inadequada de lixo e habitações precárias, o que pode aumentar o risco da transmissão da dengue.
Os casos de dengue em Belém do Pará são influenciados por uma série de fatores, incluindo condições climáticas favoráveis, densidade populacional e condições socioeconômicas. Bairros com infraestrutura deficiente e falta de acesso a água limpa e saneamento inadequado estão particularmente em risco de surtos de dengue devido à proliferação de mosquitos Aedes aegypti, transmissores da doença. Como resultado, comunidades marginalizadas enfrentam um risco aumentado de contrair dengue e sofrem mais com os impactos negativos da doença devido à falta de recursos para prevenção, diagnóstico e tratamento adequados.
Portanto, é crucial abordar as questões de racismo ambiental e desigualdade socioeconômica para combater eficazmente os casos de dengue em Belém do Pará. Isso inclui investimentos em infraestrutura básica, acesso equitativo a serviços de saúde, educação em saúde pública e participação da comunidade na prevenção e controle de doenças transmitidas por vetores. A abordagem integrada que leva em consideração tanto os aspectos ambientais quanto os sociais é essencial para promover a saúde e o bem-estar de todas as comunidades em Belém do Pará.
Objetivo Geral: relatar a experiencia sobre os impactos do racismo ambiental na epidemia da dengue
DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO:
Para entender a relação entre racismo ambiental e aumento da dengue, foi realizado um estudo descritivo do tipo relato de experiencia, onde passou por 4 etapas metodológicas, no primeiro momento foi realizado uma busca ativa nos dados disponibilizados no do DataSUS sobre a distribuição epidemiológica da dengue no país e foi totalizado até maio de 2024 o total de: 4.008.343, na região norte: 44.672, região nordeste: 254.184, região sudeste: 2.477.579, região sul: 748.153, região centro-oeste:483.742, esse aumento epidemiológico traz um grande alerta para saúde pública.
No segundo momento foi realizado um levantamento bibliográfico nas bases de dados Pub-med. e Scielo e Foram consideradas variáveis como densidade populacional, acesso a serviços de saúde, qualidade do ambiente urbano e políticas públicas de controle de vetores e foi identificado que áreas urbanas com maiores índices de racismo ambiental estão mais suscetíveis à transmissão dos quatro tipos de dengue “Denv-1, Denv-2, Denv-3 e Denv-4” devido maiores acúmulos de água parada devido descarte inadequado de Pneus, garrafas Pet e entre ouros.
No terceiro momento foi realizado uma visita técnica nos bairros mais populosos de Belém-PA, sendo eles “Guamá, Jurunas e Terra-firme” bairros considerados periféricos, foi identificado muitos fatores relacionados ao Racismo ambiental, dentre esses problemas está a coleta inadequada de lixos o que proporcionou o aumento de criadouros de mosquito Aedes Aegypt.
No quarto momento foi realizado folders informativos para serem distribuídos para comunidade com informações sobre descarte de lixo e prevenção da dengue, informações sobre os riscos da doença e a relação com o acúmulo de resíduos. também foi realizado inclusão de instruções claras sobre o descarte adequado de diferentes tipos de lixo, como evitar locais de reprodução do mosquito transmissor e dicas de prevenção.
vale ressaltar que, o folder foi realizado com linguagem acessível, ilustrações e gráficos para facilitar a compreensão. O objetivo é educar e mobilizar o público para adotar práticas responsáveis que ajudem a reduzir os casos de dengue e a manter um ambiente mais limpo e saudável.
Em nenhum momento foi realizado pesquisa ativa utilizando seres humanos, as etapas metodológicas incluíram pesquisas em artigos científicos, dados disponibilizados no DataSUS e distribuição de panfletos informativos para a comunidade.
RESULTADOS:
Os resultados evidenciaram que comunidades economicamente desfavorecidas, com determinantes e condicionantes sociais mais visíveis são mais vulneráveis ao aumento da dengue devido a uma série de fatores. Estas incluem condições precárias de moradia, falta de infraestrutura adequada para o manejo de resíduos sólidos e água estagnada, além de menor acesso a informações sobre prevenção e tratamento da doença.
Além disso, políticas de controle de vetores muitas vezes privilegiam áreas mais ricas e historicamente brancas, deixando comunidades marginalizadas em situação de maior exposição aos mosquitos transmissores da dengue. Para combater efetivamente o aumento da dengue, é crucial abordar as desigualdades estruturais que perpetuam o racismo ambiental, implementando políticas públicas que promovam equidade e justiça ambiental em todas as comunidades.
A coleta inadequada de lixo está amplamente relacionada com o aumento de índices de dengue, devido proporcionar mais fatores que favorecem o acúmulo de água parada. O alto índice de casos de dengue na região sudeste pode está relacionado com o elevado acúmulo de água parada decorrente dos altos índices pluviométricos.
Durante a distribuição dos folders foi identificado que muitos ainda tem pouco conhecimento sobre formas de prevenção e de transmissão da dengue, bem como formas de descartes de lixo, esses fatores proporcionam maiores suscetibilidades de racismo ambiental, principalmente em áreas com baixos índices de coletas de lixo e consequentemente uma maior propagação do Aedes Aegypt.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Este estudo destaca a importância de políticas públicas que promovam equidade e justiça ambiental em todas as comunidades, a fim de reduzir o impacto do racismo ambiental e mitigar o aumento da dengue.
O estudo explora como comunidades racialmente marginalizadas em Belém podem enfrentar desigualdades no acesso a serviços de saúde, saneamento básico e informações sobre prevenção da dengue. Isso inclui questões como falta de coleta de lixo adequada, acúmulo de resíduos em áreas de baixa renda, falta de acesso a água limpa e falta de infraestrutura para controlar a população de mosquitos transmissores da dengue.
Além disso, o estudo analisa como o racismo estrutural contribui para a falta de atenção e resposta governamental adequada às comunidades afetadas, perpetuando assim o ciclo de desigualdade e exposição ao risco de doenças como a dengue.
Ao compartilhar relatos de experiência, o estudo destaca as vozes e perspectivas das comunidades afetadas, evidenciando os impactos tangíveis do racismo ambiental na saúde pública e na qualidade de vida das pessoas, portanto o relato de experiencia sobre os impactos do racismo ambiental na propagação da dengue em Belém do Pará é fundamental para diminuição de casos de dengue.