Apresentação: No contexto da crescente popularização da residência em Medicina de Família e Comunidade (MFC), que figura entre as Residências Médicas com maior número de vagas no país, a demanda por esta especialidade é igualmente significativa. Nesse cenário, a Liga Amazonense de Medicina de Família e Comunidade (LAMFAC) desempenha um papel fundamental ao proporcionar aos seus participantes o aprofundamento teórico e prático em temas relacionados à MFC, como o método clínico centrado na pessoa, o papel do médico na Unidade Básica de Saúde (UBS) e a comunicação de más notícias. Sendo assim, esse relato visa evidenciar a importância do contato com a MFC durante a graduação para a adequada preparação de médicos generalistas humanizados. Desenvolvimento do trabalho: Experiência extracurricular obtida em reuniões teóricas da LAMFAC, contendo apresentação e roda de conversa de ligantes, residentes e médicos de família e comunidade, associada a práticas em diversas Unidades Básicas de Saúde da zona urbana de Manaus, Amazonas. Além disso, uma participação em um Exame Clínico Objetivo Estruturado (OSCE) como ator/paciente, aplicado para residentes em MFC pela Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (SEMSA), e uma palestra em uma comunidade periférica da cidade. O ciclo da liga durou de junho de 2023 a maio de 2024. Resultados: A partir desta experiência, pude desenvolver minha mentalidade acerca do que é ser médico e do que é estar na posição de doente/paciente/usuário. A aquisição de conhecimentos sobre os princípios da MFC alterou minha forma de lidar com os conhecimentos adquiridos na formação curricular médica da UFAM, focada no modelo biomédico. Com as reuniões, pude entender o usuário como uma pessoa em si, não apenas como uma doença ou queixa principal. A liga prepara seus ligantes para pensar nas subjetividades de cada um, como competências culturais, socioeconômicas, psíquicas, etc., de forma com que se tornem determinantes no manejo clínico. Tal abordagem possui como particularidade lidar com o paciente pensando no tratamento como obra conjunta e não algo impositivo. Associadamente, passei a pensar na comunicação médico-paciente como fator essencial para um bom prognóstico e para a criação de vínculo. Considerações finais: Destarte, a ampliação de métodos de ensino médico que incluam a MFC se faz cada vez mais necessária. A partir dela, profissionais não só estariam capacitados a trabalhar na Atenção Básica, mas também teriam uma visão holística do usuário como pessoa, seja de qualquer especialidade. Com isso, tal formação contribuiria para a educação de profissionais médicos mais humanizados.