Práticas integrativas e complementares em saúde com população em situação de rua: experiência enquanto residente multiprofissional em Atenção Básica

  • Author
  • Thaysa Gabrielle Silva Oliveira
  • Co-authors
  • Mayara Suelirta da Costa
  • Abstract
  • Apresentação: Popularizadas no Brasil a partir da 8ª Conferência Nacional de Saúde (CNS) em 1986, as Práticas Integrativas e Complementares (PICs) existem há milhares de anos, e são abordagens terapêuticas com objetivo de prevenir, promover e recuperar a saúde, com foco em um atendimento humanizado, com escuta acolhedora, construção de vínculos e conexão entre o ser humano, o meio ambiente e a sociedade. Esse trabalho trata-se de um relato de experiência, desenvolvido por uma fisioterapeuta do programa de Residência Multiprofissional de Atenção Básica da Fiocruz Brasília, durante a vivência oferecida pelo Programa no período de setembro a outubro de 2023,com objetivo de promover o cuidado ampliado para Pessoas em Situação de Rua (PSR) de um abrigo em uma Região Administrativa da periferia do Distrito Federal. Desenvolvimento: Foram realizados cinco encontros com a prática de auriculoterapia, ventosaterapia e aromaterapia, com um grupo de cerca de 40 mulheres cisgênero e transgênero, de diversas idades, residentes em um abrigo feminino. As atividades eram realizadas utilizando a metodologia de uma roda de conversa sobre diversos temas, como por exemplo relacionamentos, violência e sonhos de vida. A aromaterapia foi realizada com o objetivo de diminuir os sintomas de ansiedade e depressão relatados pelas participantes. Já a auriculoterapia abarcou diversas queixas, sendo as principais a ansiedade, depressão, dores no corpo, insônia, cefaleia, desequilíbrio emocional, tensão muscular e alterações respiratórias. Enquanto isso, a ventosaterapia foi utilizada principalmente para queixas de dores na região da coluna cervical, torácica e lombar, e foi associada à liberação miofascial para liberação de pontos gatilhos. Um desafio dessas atividades foi a alta rotatividade das acolhidas no abrigo feminino, pois, apesar da alta adesão às atividades propostas, muitas participantes saiam do abrigo com apenas um atendimento e pela dificuldade dessas práticas na rede, não teriam onde continuar o tratamento. Resultados: Essas atividades foram bem recebidas pelas acolhidas, com relatos de que ajudaram a diminuir a ansiedade, a tristeza, as dores, a ociosidade e outros sintomas, além de promover maior integração entre as moradoras e reflexão sobre temas necessários. Considerações finais: É notório que o uso das PICS na população em situação de rua é uma forma de cuidado que amplia a visão do/a trabalhador/a da saúde, evitando  um atendimento focado nas doenças, para a promoção e recuperação da saúde do indivíduo como um todo. Ademais, a partir desta vivência, sugere-se que as práticas integrativas sejam estimuladas e implementadas nos consultórios de rua e em toda a rede da atenção básica, para que mais pessoas possam ter acesso à essa visão holística do cuidado. Assim como, a importância dos programas de residência, como no caso do Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica da Fiocruz Brasília, oferecer esses espaços de vivência, como na população em situação de rua, nos fazendo ampliar o nosso olhar de cuidado e nossa prática no processo de formação

  • Keywords
  • Terapias complementares; pessoas em situação de rua; promoção da saúde.
  • Subject Area
  • EIXO 6 – Direito à Saúde e Relações Étnico-Raciais, de Classe, Gênero e Sexualidade
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