Apresentação: As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para o curso de Medicina no Brasil têm desempenhado um papel fundamental na reformulação dos projetos pedagógicos, enfatizando a formação de profissionais aptos a lidar com a diversidade. Elas valorizam metodologias com participação ativa dos estudantes na construção do conhecimento, desenvolvendo autonomia e identidade profissional. Além disso, permitem que as competências sejam desenvolvidas por meio da grupalidade, que favorece aspectos como: comunicação, criticidade e responsabilidade. Relatamos a trajetória de um pequeno grupo do primeiro ano do curso de Medicina da UFSCar, na Atividade Curricular Situação Problema 1 (SP1), considerando o papel do grupo neste processo e os desafios enfrentados no ingresso na universidade. Desenvolvimento: O grupo contou com nove membros e uma facilitadora. A SP1 integra teoria e prática, incentivando os alunos a explorar seus conhecimentos prévios, formular hipóteses e criar questões de aprendizagem, orientando os estudos. Durante essa experiência, identificou-se que estar em grupo e construir um espaço acolhedor colaborativo favorece o desenvolvimento de competências e atitudes necessárias para a formação médica. Para ampliar essa discussão, o grupo elegeu um norteador para a elaboração de narrativas pelos próprios integrantes: Qual o papel do pequeno grupo nos processos de ensino e aprendizagem da Atividade Curricular SP1? As narrativas foram anônimas. Para analisar o material, cada participante fez a leitura às cegas e o levantamento dos principais temas. Com isso, o agrupamento temático foi construído em grupo, utilizando tarjetas móveis. Identificou-se três categorias temáticas: 1. dificuldades iniciais; 2. valores, construção de laços e formação de rede de apoio e 3. a diversidade como potência para os processos de aprendizagem ativa e colaborativa. Resultados: Serão discutidas as categorias temáticas identificadas. 1. Dificuldades iniciais: O ingresso no ensino superior é um momento significativo, marcando a construção de trajetórias profissionais e aspirações pessoais. Todavia, esta fase traz desafios acadêmicos e interpessoais. Curiosamente, isso é abordado na primeira reunião da SP1, visando integrar a ótica dos ingressantes e incluí-los ao método de ensino-aprendizagem ativo. 2. Valores, construção de laços e formação de rede de apoio: Em um grupo, cada um carrega consigo seus valores. Na SP1, a eficiência do grupo ocorreu pelo compartilhamento de valores como respeito, solidariedade e responsabilidade entre os integrantes, viabilizando a construção de confiança e a criação de laços. Esses encontros promoveram a troca de habilidades e o engajamento em uma missão comum, configurando-se como um espaço acolhedor. O vínculo, além de favorecer processos de ensino-aprendizagem, prepara os alunos para a atuação em equipes multiprofissionais. 3. A diversidade como potência para os processos de aprendizagem ativa e colaborativa: Destaca-se a diversidade de habilidades para construir conhecimento e atender aos requisitos do ensino médico. No pequeno grupo, essas aptidões se fundem, gerando uma interdependência benéfica, que potencializa a aprendizagem colaborativa. Essa diversidade alinha-se com as DCNs e a formação médica desejada pelo SUS, promovendo habilidades clínicas, psicossociais e cognitivas. Considerações finais: As DCNs adaptam o ensino médico à modernidade. As metodologias ativas e a grupalidade são potentes para desenvolver competências essenciais para estudantes de medicina.
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