A interseção entre desigualdades sociais e acesso à saúde constitui um desafio global significativo. Fatores como raça, classe, gênero e sexualidade exercem influências complexas no acesso aos serviços de saúde, afetando diretamente a equidade e qualidade dos cuidados oferecidos. Reconhecendo a necessidade premente de abordar essas questões, este estudo busca analisar os efeitos das múltiplas formas de opressão na produção de iniquidades no acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS) no contexto brasileiro. O objetivo deste estudo é investigar os impactos das desigualdades étnico-raciais, de classe, gênero e sexualidade no acesso ao SUS, bem como examinar como esses fatores influenciam o planejamento, formulação e execução das políticas de saúde. Além disso, busca-se compreender os efeitos dessas desigualdades na saúde física e mental da população, visando contribuir para a promoção da equidade em saúde e a defesa dos direitos humanos. Este estudo adotou uma abordagem qualitativa, utilizando revisão bibliográfica e análise de documentos oficiais para compreender as interações entre desigualdades sociais e acesso à saúde. Foram revisados estudos empíricos, relatórios governamentais e documentos de organizações da sociedade civil para identificar padrões e tendências relacionadas às iniquidades no acesso ao SUS. A análise foi guiada pelo referencial teórico da interseccionalidade e da filosofia da diferença, permitindo uma compreensão mais profunda das complexas dinâmicas envolvidas. Os resultados revelam que as desigualdades étnico-raciais, de classe, gênero e sexualidade exercem impactos significativos no acesso ao SUS, refletindo-se em disparidades no acesso aos serviços de saúde e na qualidade dos cuidados oferecidos. O racismo, machismo, capacitismo, xenofobia e outras formas de opressão atuam como barreiras ao acesso, influenciando negativamente o planejamento e execução das políticas de saúde. Além disso, essas desigualdades têm efeitos diretos na saúde física e mental da população, aumentando o risco de doenças e agravando as condições de saúde já existentes. Este estudo destaca a urgência de enfrentar as interseções entre desigualdades sociais e acesso à saúde como parte de uma agenda mais ampla de promoção da equidade em saúde. A compreensão dos efeitos das múltiplas formas de opressão no acesso ao SUS é essencial para o desenvolvimento de políticas e práticas mais inclusivas e equitativas. É fundamental que sejam adotadas medidas concretas para enfrentar o racismo, machismo, capacitismo, xenofobia e outras formas de opressão, visando garantir o acesso universal aos serviços de saúde e a melhoria da qualidade de vida de todas as pessoas.