Apresentação: a marginalização social enfrentada pela comunidade LGBTQIAPN+ coloca seus membros em maior risco de serem vítimas de violência. O estigma, a discriminação e a exclusão social, frequentemente, os deixam em situações de maior vulnerabilidade. Para compreender esse fenômeno na sua complexidade, tem-se a Teoria das Representações Sociais (TRS) que revela como as pessoas percebem e interagem umas com as outras na sociedade, contribuindo para uma compreensão mais profunda das dinâmicas sociais. Nesse sentido, se faz necessário o uso das Representações Sociais para compreender as percepções dos sujeitos dessa população sobre a violência interpessoal sofrida ao longo da vida. Objetivo: analisar as Representações Sociais da população adulta LGBTQIAPN+ sobre violência psicológica, física e sexual. Desenvolvimento do trabalho: estudo qualitativo conduzido ao uso da Teoria das Representações Sociais como estrutura teórica. A amostra incluiu 18 participantes com generalidade entre 18 e 25 anos de idade (66,1%), predominância de identidades de gênero transgênero (44,4%) e orientação sexual heterossexual (38,9%). A maioria tinha renda mensal abaixo de um salário mínimo (55,6%), com 44,4% em empregos informais e 22,2% desempregados. Utilizou-se o Teste de Associação Livre de Palavras, onde participantes responderam a um questionário autoaplicável, estimulando a livre associação por meio de imagens, sendo uma imagem para cada natureza da violência. Isso permitiu revelar desejos, conflitos e momentos significativos na vida dos participantes, assim como suas representações sociais sobre fenômenos, através das associações de palavras evocadas em resposta a cada estímulo indutor. Resultados: a essência principal das representações sociais esteve intimamente associada ao sentimento de aflição. As palavras apontadas com maior frequência pelos participantes foram: "Dor", "Angústia", "Medo" e "Sofrimento", refletindo os sentimentos dos indivíduos LGBTQIAPN+ diante da violência sofrida. Essas emoções são comuns devido às agressões físicas, verbais e psicológicas frequentemente enfrentadas por essa comunidade. Além disso, há menções ao “Silenciamento”, “Preconceito”, “Intolerância” e “Repressão”, todos relacionados à violência sofrida por esta população. Essas experiências são entendidas como resultado de representações sociais negativas presentes na sociedade, reforçando a exclusão social e dificultando o acesso a direitos básicos e oportunidades de carreira para os indivíduos LGBTQIAPN+, assim como, ocasiona o aumento de sua vulnerabilidade e limita sua participação plena na sociedade. Considerações finais: os resultados do estudo destacam a profunda dimensão emocional e psicológica da violência enfrentada pela comunidade LGBTQIAPN+. As emoções como medo, dor e angústia associadas a essas experiências e reveladas como as Representações Sociais dos sujeitos, são evidências do impacto devastador que a violência interpessoal tem sobre os indivíduos. Portanto, é crucial abordar não apenas os aspectos físicos da violência, mas também suas ramificações emocionais e sociais, o que aponta para a necessidade de criar ambientes seguros e inclusivos onde todos possam buscar apoio e encontrar justiça.
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