Apresentação: violência obstétrica é compreendida por ações que envolvem abusos verbais, restrição da presença de acompanhante, procedimentos médicos não consentidos, violação de privacidade, recusa em administrar analgésicos, violência física, entre outros. Estudos demonstram que parte das mulheres não são informadas sobre os cuidados com o pré e pós-parto, ficando suscetíveis a essas situações. Diante desse cenário de desinformação, o Ministério da Saúde implementou no SUS diversos programas e políticas com o intuito de sistematizar boas práticas durante o atendimento das gestantes, acabar com o desrespeito e garantir seus direitos durante esse período. Objetivo: analisar a violência obstétrica em puérperas acompanhadas pela atenção básica. Desenvolvimento do trabalho: a pesquisa foi realizada com 13 puérperas usuárias das Unidades Básicas de Saúde da Família no mês de outubro de 2023, no município de Alagoinha–PB. A coleta de dados foi realizada, após apreciação e aprovação pelo Comitê de Ética da UNIFACISA, por meio de questionário sociodemográfico para caracterização da amostra e roteiro de entrevista semiestruturada, abordando a temática da violência obstétrica. As entrevistas foram conduzidas de forma respeitosa e as participantes foram identificadas por numeração em ordem crescente. Os dados foram organizados, tabulados e analisados utilizando a análise de conteúdo de Bardin. Resultados: tornou-se evidente que a maioria das puérperas entrevistadas não receberam orientações adequadas durante as consultas de pré-natal acerca de violência obstétrica, dificultando o reconhecimento deste fenômeno durante o trabalho de parto. Das participantes do estudo, 92% eram pardas, 8% brancas. Quanto à escolaridade, 38% possuíam ensino fundamental incompleto, 23% o ensino médio incompleto e ensino médio completo. Em relação ao estado civil, 61% eram solteiras, 31% casadas e 8% divorciadas, quanto à moradia, 69% residiam na zona urbana e 31% na zona rural. Os resultados apontaram para a prevalência de puérperas pardas, com baixa escolaridade e moradoras da zona urbana. Deste modo é possível constatar que a inexistência de informação e orientação coloca a mulher em situação de vulnerabilidade, uma vez que a mesma não entende o processo de trabalho de parto, as opções de parto que lhe são de direito, e as possibilidades de suporte social, emocional e psíquico, o que corrobora com a ausência de orientação quanto ao fenômeno da violência obstétrica. Considerações finais: conclui-se que a maioria das puérperas não compreendem o conceito de violência obstétrica, resultado da ausência de informação durante o pré-natal. Assim, evidencia-se a importância de abordar a violência obstétrica no contexto da Atenção Básica, visando a prevenção e o enfrentamento desse problema a partir da elaboração de um plano de parto juntamente com a gestante a fim de garantir uma assistência de qualidade e abrangente às mulheres.