Apresentação
O hábito de fumar é fator de risco para o câncer de boca e orofaringe, preocupantes para os profissionais, população e podem impactar o Sistema Único de Saúde (SUS).
Uma oficina dialógica na forma de roda de conversa, com um grupo de adolescentes e jovens, pode se tornar potente prática de prevenção e promoção de saúde e teve como objetivo e construir reflexões críticas observacionais sobre cigarros eletrônicos, vapers e tabagismo, como risco ao câncer.
Desenvolvimento
Este relato traz a experiência de uma roda de conversa problematizadora sobre hábitos de fumar. Teve como público-alvo, adolescentes e jovens em vulnerabilidade social e foi idealizada por duas estudantes de odontologia de uma faculdade local, em projeto de extensão na comunidade e contou com a presença de 18 adolescentes e jovens, entre 15 e 28 anos, e de um cirurgião-dentista docente do programa de qualificação da Atenção primária em Saúde (APS) do Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação (ICEPI), que visou compreender o nível de conhecimento e percepção do público-alvo sobre o impacto do tabaco e suas variantes eletrônicas, para a saúde bucal.
A oficina ocorreu no Centro de Referências das Juventudes e Centro de Acolhimento e Atenção Integral sobre Drogas (CAAD) de uma cidade do Norte do Espírito Santo e contou com o apoio de psicólogos e assistentes sociais, que receberam a proposta da oficina com entusiasmo e, em contrapartida, ofereceram acolhimento e apoio assistencial para aqueles que necessitassem.
Ocorreu a distribuição de kits de higiene bucal para os participantes e, como disparadores dialógico-reflexivos, algumas palavras alusivas a “tabaco”, “nicotina”, “fumo”, “vapers”, “cigarro eletrônico”, “essências fumígeras”, “câncer de boca”, “câncer de pulmão”, escritas em pedacinhos de papel, sorteados entre os participantes da roda de conversa.
Em seguida, foi solicitado que cada particpante falasse sobre o entendimento e sentimentos despertados pela palavra sorteada e abrissem uma discussão democrática e espontânea, a fim de socializar falas e manifestações para uma construção coletiva do conhecimento sobre as temáticas.
A pergunta disparadora utilizada para o debate foi: “O fumar tabaco, cigarro eletrônico e vapers são hábitos de risco para o câncer de boca?”.
Resultados
Os resultados foram significativos quanto à compreensão do tema. A desinformação, baixa participação da comunidade, não comprometimento das equipes de saúde territorializadas com o processo de prevenção e promoção, podem ser dificultadores para o combate do tabagismo e uso de vapers.
As histórias sobre jovens com câncer e depoimentos culturais familiares exteriorizados, trouxeram à reflexão os riscos à saúde do cigarro que ganharam interesse dos jovens, que se mostraram motivados a levar conhecimentos transformadores aos familiares e comunidade.
A ampliação de olhar das estudantes de odontologia, quanto à necessidade de conscientização de jovens e adolescentes sobre hábitos de fumar, foi expressiva.
Considerações finais:
Considera-se que oficinas dialógicas podem ser boas formas de comunicação e educação em saúde com adolescentes, jovens, famílias e comunidades. A conscientização a respeito do uso de vapers e tabaco e seus riscos para a saúde bucal, pode ser construída com metodologias simples de comunicação e educação.