Apresentação: O Sistema Único de Saúde (SUS), esquematização brasileira de saúde pública vigente, fundamenta-se numa territorialização descentralizada, hierarquizada e regionalizada. Partindo dos princípios constitucionais de universalidade, equidade e integralidade, o acesso à saúde faz-se direitos de todos independentemente qual ponto do território da Atenção Primária à Saúde (APS) esse indivíduo esteja. Todavia, a arquitetura da APS para a concretização desse modelo de assistência de territorialização possui obstáculos que necessitam de visibilidade. Dessa forma, esse estudo é de grande relevância pois conhecer o território é um passo básico para a caracterização da população e de seus problemas de saúde, como também para a avaliação do impacto dos serviços sobre os níveis de saúde da comunidade. Objetivo: Analisar as dificuldades enfrentadas pela efetivação da territorialização na rede básica em saúde. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura, realizada nas bases de dados LILACS, MEDLINE e SCIELO, utilizando os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): “Saúde Pública”; “Sistema Único de Saúde”; “Territorialização da Atenção Primária em Saúde” cruzados com o operador booleano AND. A seleção de dados respeitou os critérios de inclusão/exclusão, nos quais os critérios de inclusão foram artigos originais completos, que se enquadrassem ao tema e objetivo proposto, publicados nos últimos cinco anos, nos idiomas português, inglês e espanhol. Já os critérios de exclusão foram artigos duplicados, inconclusivos, teses, monografias e dissertações. Resultados: Após a busca e análise foram encontrados 74 artigos, restando 10 artigos originais. A partir disso, percebe-se a presença de diversos desafios na organização do eixo de territorialização do SUS. Essas dificuldades testemunham-se num projeto sociosanitário inacabado com limitações político-ideológicas e fortes entraves no seu financiamento, tendo como consequência a inacessibilidade à saúde das áreas mais remotas, deficiências nas realizações das ações da APS por falta de transporte ou insumos, a distorção da percepção do princípio da integralidade de uma forma a focar em tratar o ser na sua forma íntegra mas dispensar a sua comunidade, acarretando numa despotencialização no termo histórico de comunitarismo, além da ideia da necessidade de Educação Popular em Saúde apenas para os usuários rotulados como “pobres e vulneráveis”. Considerações finais: Evidencia-se, portanto, os desfalques existentes no projeto de territorialização da atenção básica e a indispensabilidade de reversão desse cenário, haja vista que os princípios idealizados nas ementas legislativas são direito de todos e urgem serem cumpridos na sua essência.