Apresentação: A roda de conversa na educação em saúde é uma estratégia dinâmica e com potencial de fortalecer laços, exercitar a escuta qualificada e, sobretudo, permite a horizontalidade na construção do saber. Desse modo, a barreira criada no imaginário popular de relação entre profissionais da saúde versus paciente é desconstruída à medida que através dessa ferramenta o usuário do sistema pode compartilhar seu conhecimento e/ou experiências sendo validado e orientado; bem como o profissional da área pode aprender junto, e não fornecer uma educação “bancária”, de acordo com a lógica Freiriana. Objetivo: O presente trabalho visa relatar a experiência durante uma roda de conversa sobre Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) em uma Unidade de Saúde da Família (USF) em Itabuna/ BA. Desenvolvimento: Durante as práticas do eixo de Comunidades II em uma Faculdade de Medicina, os discentes desenvolveram atividades em uma USF na cidade de Itabuna, na Bahia, voltadas para educação em saúde sobre a hipertensão arterial sistêmica em crianças separadas em 3 momentos. Inicialmente, realizou-se uma palestra sobre HAS seguida de um jogo de “Mitos X Verdade” sobre o tema durante a sala de espera dos usuários. No terceiro momento, foi formada uma roda cujos participantes foram os pacientes, incluindo uma criança, os próprios discentes, a professora/tutora, e residentes multiprofissionais da unidade. Ademais, resgatou-se a informação de que bebês prematuros possuem risco maior de desenvolver HAS, e neste momento uma das participantes contou seu relato de parto, bem como todas as mães presentes na dinâmica. Esta conversa gerou diversas discussões, inclusive relembrando o papel da unidade em cada etapa da gestação e da vida pós-natal do bebê. Resultados: Desse modo, identificou-se como a roda de conversa como uma ferramenta de baixo custo e de fácil realização, a qual promove a horizontalização na construção do saber na educação em saúde à medida que tantos os profissionais de saúde quanto os pacientes estavam nivelados na mesma posição, o que impacta a idealização do senso comum como trabalhador da saúde como detentor exclusivo do saber. Sendo assim, valoriza-se as experiências dos usuários e estimula sua participação para fomentar uma autonomia do sujeito, tal qual objetiva a Política Nacional de Humanização de 2003. Considerações: A roda de conversa é uma ferramenta útil para educação em saúde, conforme reconhece as experiências do indivíduo e quebra o paradigma do saber exclusivo do profissional de saúde, enquanto se constrói e aperfeiçoa o conhecimento do paciente.