APRESENTAÇÃO
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, os cuidados paliativos representam uma abordagem essencial na jornada de pacientes e famílias que enfrentam doenças ameaçadoras à vida. Esta abordagem visa não apenas aliviar o sofrimento, mas também melhorar a qualidade de vida, através da identificação precoce, avaliação precisa e tratamento eficaz da dor e outros problemas físicos, psicossociais ou espirituais.
Os benefícios associados aos cuidados paliativos são notáveis. Destaca-se, por exemplo, o melhor planejamento prévio de cuidados, o que permite que tanto o paciente quanto a família estejam mais preparados para os desafios que possam surgir. Além disso, há uma clara melhoria na qualidade de vida, com a redução dos sintomas desagradáveis e o aumento da satisfação tanto dos pacientes quanto dos seus cuidadores.
A prestação de assistência ao paciente, e aos seus familiares, em cuidados paliativos implica uma abordagem que reconhece o processo de fim de vida. Para os médicos, isso demanda uma habilidade não apenas clínica, mas também emocional, tanto em termos profissionais quanto pessoais.
As instituições de ensino têm o dever de preparar e capacitar profissionais de acordo com os aspectos fundamentais dos cuidados paliativos. Isso envolve, principalmente, o respeito pelos diversos valores dos pacientes durante o processo de fim de vida, a comunicação eficaz nas decisões terminais e o manejo adequado dos sintomas.
Nesse sentido, projetos de extensão oferecem uma oportunidade valiosa para introduzir tópicos relevantes na formação médica que podem não ser cobertos nos currículos obrigatórios. Isso implica que, ao participar desses projetos, os estudantes de medicina podem explorar questões adicionais, ampliando seu conhecimento e perspectiva sobre assuntos relevantes para sua futura prática profissional. Esses projetos de extensão permitem uma abordagem mais abrangente e contextualizada da medicina, complementando os aspectos técnicos e teóricos ensinados nas disciplinas obrigatórias.
Portanto, projetos que abordem essa temática e que promovam debates em grupos entre alunos e professores permitem o desenvolvimento de competências e habilidades em cuidados paliativos. Ademais, isso implica em promover relações igualitárias entre professores e alunos, reconhecendo e valorizando as contribuições de ambos. Assim, estabelecer um diálogo aberto e respeitoso entre educadores e estudantes é fundamental para criar um ambiente propício à troca de ideias, ao debate construtivo e à construção coletiva do conhecimento.
Diante do exposto, este estudo teve como objetivo abordar a importância de debates entres alunos e professores sobre os cuidados paliativos.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo de abordagem qualitativa, elaborado após participação de ciclos de debates com estudantes e professores do curso de medicina participantes de um projeto de extensão em cuidados paliativos. Os ciclos de debates aconteceram mensalmente, abrangendo diferentes assuntos dentro da temática de cuidados paliativos. Os alunos se reuniram em grupo para estudarem e fazerem buscas de artigos científicos indexados e publicados no últimos 5 anos que abordem a temática e, em seguida, se reuniram com os demais participantes do projeto de extensão.
RESULTADOS
Os cuidados paliativos se destacam por oferecer um suporte integral, seja a doença curável ou não. Eles garantem que o paciente receba cuidados adequados e dignos em todas as etapas da sua condição, trazendo conforto e amparo não apenas ao indivíduo, mas também àqueles que o rodeiam.
A importância dos projetos de extensão e debates em grupo sobre cuidados paliativos é multifacetada. Primeiramente, essas iniciativas ajudam a disseminar conhecimento sobre o tema não apenas entre estudantes de medicina, mas também entre profissionais de saúde de diversas áreas. Isso contribui para uma maior conscientização sobre a importância dos cuidados paliativos e para a sua integração mais efetiva nos sistemas de saúde.
Os estudos na área de cuidados paliativos desempenham um papel fundamental na melhoria da qualidade de vida de pacientes em situações delicadas e de suas famílias. Eles permitem uma compreensão mais profunda das necessidades físicas, emocionais, sociais e espirituais desses pacientes, além de identificar melhores práticas para o alívio do sofrimento e o suporte integral durante todo o processo. Ademais, é essencial o entendimento de que a qualidade de vida nos momentos finais é tão importante quanto os esforços para curar doenças. Muitas vezes, a visão do médicos e de outros profissionais de saúde de que a única meta é prolongar a vida pode gerar uma sensação de impotência diante da morte e até mesmo uma interpretação do desfecho da vida como um fracasso pessoal.
Os estudantes de medicina geralmente se veem despreparados para lidar com a interação com pacientes e familiares para discutir questões de morte e cuidados clínicos em pacientes terminais. Essa situação destaca a falta de treinamento formal dos profissionais médicos em comunicar aspectos delicados, como dar más notícias. Essa realidade evidencia a necessidade de uma abordagem, que pode ser conseguida por meio de debates em grupo, a fim de superar sentimentos de impotência e fracasso.
Outrossim, os debates em grupo proporcionam um espaço para troca de experiências e reflexões sobre questões éticas, emocionais e práticas relacionadas aos cuidados paliativos. Essa discussão colaborativa enriquece a formação dos estudantes, permitindo-lhes desenvolver habilidades de comunicação, empatia e trabalho em equipe, essenciais para o exercício da medicina humanizada.
No contexto específico da formação de estudantes de medicina, os ciclos de debates com o tema de cuidados paliativos desempenham um papel crucial. Eles oferecem aos futuros médicos a oportunidade de refletir sobre a sua própria prática clínica, incentivando-os a adotar uma abordagem centrada no paciente e baseada em evidências, mesmo em situações complexas e desafiadoras.
Por fim, destaca-se que esses debates em grupo proporcionam aos estudantes a oportunidade de aprender com a experiência de profissionais experientes na área de cuidados paliativos, permitindo-lhes adquirir conhecimentos práticos e conselhos valiosos sobre como lidar com situações específicas e como integrar os cuidados paliativos de forma eficaz em sua prática futura.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante das reflexões apresentadas, é possível concluir que os cuidados paliativos representam um elemento vital na prestação de assistência médica, especialmente em contextos de doenças ameaçadoras à vida. Através de uma abordagem que busca não apenas aliviar o sofrimento, mas também promover a qualidade de vida dos pacientes e de suas famílias, os cuidados paliativos se destacam como uma necessidade fundamental na prática médica.
Os resultados obtidos neste estudo revelam a importância da participação em projetos de extensão na formação de estudantes de medicina, bem como da relevância dos debates em grupo no processo de aprendizagem acerca dos cuidados paliativos. Essas iniciativas não apenas ajudam a disseminar conhecimento sobre o tema, mas também promovem uma reflexão crítica sobre a prática clínica e incentivam o desenvolvimento de habilidades essenciais nos futuros profissionais de saúde. Ademais, permite uma preparação adequada para lidar com os desafios técnicos e emocionais inerentes ao exercício da profissão.